terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Bode guisado, sarapatel e charque" (Bar do Lula - Recife, PE)

Desde criança, sempre que vejo programas de turismo chego à conclusão de que o grande barato de uma viagem é conhecer a gastronomia local. Não importa se é no seu estado, no seu país ou em um lugar muito distante.

Desde que pisei no Aeroporto de Guararapes, no Recife, há uma semana, só pensava em uma coisa: experimentar a culinária nordestina, tão pouco conhecida por aqui, devido à escassez de restaurantes típicos em Belo Horizonte.

A convite de uma amiga, fomos almoçar no Bar do Lula, antes de pegar o voo de volta à capital mineira.



Com mesas e cadeiras de plástico espalhadas por um salão interno e pela calçada, o Bar do Lula fica em uma rua tranquila, e tem uma simplicidade encantadora. Os garçons são atenciosos e pacientes, sempre dispostos a explicar cada prato do cardápio da casa.

Para proteger os clientes do forte sol que eleva a temperatura à casa dos 40 graus nesta época do ano, um grande toldo cobre as mesas da parte externa. Este conforto foi suficiente para me encher de coragem e pedir três especialidades da culinária regional: bode guisado, sarapatel e charque.

Todos os pratos do cardápio estão disponíveis em quatro tamanhos. Tem a porção intitulada de tira-gosto, e quantidades para uma, duas e três pessoas, que são acompanhadas de arroz e vinagrete, além de uma guarnição que pode ser fava, pirão e feijão preto ou mulatinho.

Fome e curiosidade foram os elementos fundamentais para pedir três porções médias acompanhadas de feijão preto, fava e pirão.

Na cozinha, que é aberta e fica à vista dos clientes, o filho do proprietário Lula, Ivan Leão, preparou o bode (R$ 26,50 para duas pessoas) com as partes dianteiras e traseiras do animal, que, de acordo com ele, são regiões de pouco osso e muita carne.




O bode guisado é preparado em um molho à base de colorau, cominho e extrato de tomate. Lembra muito uma rabada, porém o sabor é mais intenso e a carne mais firme. Empolguei-me tanto com essa experiência que até hoje conto a todos que experimentei bode, como se isso fosse algo de outro mundo. De todos, foi o meu preferido.



O charque (R$ 26 para duas pessoas) já é um conhecido nosso, e no Bar do Lula é assado com tomate, cebola, pimentão e manteiga comum, após a carne seca ser escaldada e ter o excesso de sal retirado. Delicioso!



Já o sarapatel (R$ 24 para duas pessoas) me impressionou. Talvez eu não fosse um “cabra macho” o suficiente para encarar uma iguaria desse tipo se não estivesse tão longe de casa e com a empolgação de um turista, mesmo tendo ido a trabalho para o Recife.



Digo isso porque o sarapatel é uma iguaria preparada com as vísceras do porco. Rim, traqueia, fígado, coração e pulmões são servidos em cubinhos em um espesso molho preparado com o próprio sangue do animal. Uma espécie do nosso molho pardo, porém na versão suína.

O sarapatel surpreendeu pela maciez, e a textura lembra um pouco a do popular bife de fígado. É um dos mais vendidos do local, confirmando o seu posto de prato símbolo do nordeste brasileiro.

Os acompanhamentos também têm suas peculiaridades. O feijão preto chega à mesa enriquecido com paio, linguiça e bacon, o que para nós é uma feijoada magra. O pirão é apimentado e forte como a culinária local. Já a fava não fez muito sucesso em nossa mesa, apesar de estar bem feita e de me lembrar castanha portuguesa cozida em uma versão mais humilde.

Para acompanhar tudo isso, não podia faltar farinha de mandioca, manteiga de garrafa e molho de pimenta preparado com malagueta ralada, azeite e vinagre.

Definitivamente, foi um almoço “arretado”!


BAR DO LULA
Rua Engenheiro Otávio Arantes s/nº, Box 14 - Imbiribeira
Recife, PE

Tel.: (81) 3428-6017

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"Costela de boi na brasa" (Rola Papo - Belo Horizonte, MG)

Paciência e sal grosso na medida certa. São estes os principais segredos da costela de boi na brasa servida às quintas-feiras e aos domingos no Rola Papo, simpático boteco na esquina das ruas Itapema e Montes Claros, no bairro Anchieta.

O gaúcho Dailor Voos, conhecido como Tuca pelos frenquentadores de seu bar, conta por quê a paciência é sua principal aliada nos dias de costela. “As coloco na churrasqueira ao meio-dia, daí elas ficam por cerca de seis horas em fogo brando, metade do tempo com o osso para baixo, a outra metade com o osso para cima”, explica.

A churrasqueira fica montada na calçada e as costelas são embrulhadas em papel alumínio. A possibilidade de acompanhar todo o processo é um charme extra que o “Bar do Tuca” oferece aos clientes durante várias horas nas quintas-feiras.



A costela de boi chega à mesa em pedaços distribuídos em chapa quente e acompanhados de mandioca cozida, vinagrete, farofa, rúcula e finas fatias de cebola, que se desmancham em meio à carne. Custa R$24,90 e serve quatro pessoas que queiram “beliscar” um tira-gosto.

A união da gordura com o tempo de fogo faz com que a carne derreta na boca, e a rúcula com vinagre de vinho tinto confere frescor e leveza a um corte naturalmente pesado.


Outro segredo da receita confessado por Tuca é o molho que a iguaria recebe quando vai para a chapa, poucos minutos antes de chegar aos clientes. Hortelã, salsinha, cebola, pimentão e shoyu são batidos em liquidificador e curtidos por 48 horas, não deixando, assim, que a carne resseque.


Já a mandioca recebe a companhia da manteiga de garrafa assim que colocada na chapa.




Graças a esses fatores, a costela de boi na brasa é o carro-chefe do bar, que também oferece 26 opções de tira-gostos e nove de espetinhos, além de caldos, sanduíches e grelhados.






Destaque também para o contrafilé com batatas recheadas (R$20,90) e para a deliciosa e generosa porção com quatro pedaços de provolone com abacaxi na chapa (R$12,90). A cerveja sai a R$3,80.

Aos domingos, de meio-dia às quatro da tarde, o “Bar do Tuca” oferece rodízio com seis opções de carnes e algumas guarnições, a R$16,90 por pessoa.

A casa não aceita cartões de crédito ou débito, o que, de acordo com Tuca, deve ser resolvido em breve.


Então, quando for ao Rola Papo pela primeira vez, escolha uma quinta-feira e vá com dinheiro de papel no bolso. Você não vai se arrepender.




Ah, antes que me perguntem o motivo do apelido do proprietário do bar, ele mesmo explica com uma pergunta: “Já vistes o tamanho do meu nariz, tchê?”



ROLA PAPO
Rua Montes Claros, 1112 – Anchieta

Belo Horizonte – MG


* Atualmente, o preço da porção de costela de boi na brasa é R$34,90. A porção de provolone com abacaxi na chapa sai a R$21,90. A cerveja de 600ml, Skol ou Brahma, vale R$6,55 cada. (Preços atualizados neste blog em 8 de outubro de 2013).

**O Rola Papo já aceita cartões de débito e não serve mais rodízio aos domingos (Atualização feita em 8 de outubro de 2013). 

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"Pizzas em fatia" (Pomodori - Belo Horizonte, MG)

A feitura das pizzas é acompanhada pelos clientes

Nunca consegui entender a razão de uma iguaria tão simples como a pizza custar tão caro no Brasil.

Feita de massa à base de farinha de trigo, água, fermento e sal, a cobertura deste prato tão amado em todo o mundo contém geralmente ingredientes triviais como muçarela, presunto, azeitonas, tomate, linguiça calabresa e manjericão. Daí meu espanto ao ver pizzas que custam R$40, R$50 e até R$60 em diversas casas especializadas de Belo Horizonte.

Talvez isso explique o surgimento de várias pizzarias que oferecem fatias avulsas como opções aos clientes. Nestes lugares, paga-se apenas pelo que se come e o que se gasta não fará falta no final do mês.

O sucesso da Pizzaria Pomodori é prova disso. Instalada no coração da Savassi há pouco mais de três anos, ela já foi ampliada, tem freguesia cativa e oferece sete opções diárias de pizzas em fatias ao preço de R$3,60 cada pedaço.

As delícias saem de um forno à lenha central e ficam expostas aos clientes que se permitam dar um breve prazer aos seus sentidos. A beleza do momento é entendida através das cores e dos aromas que saem do balcão onde elas se encontram.

Todo dia, seis opções salgadas e uma doce (banana com canela e leite condensado) dividem as atenções de quem passa por lá. Na ocasião em que este comilão e aprendiz de escritor visitou o estabelecimento, generosas fatias de frango com catupiry, calabresa, portuguesa, vegetariana, napolitana e estrada real (molho ao sugo, muçarela, presunto, creme de leite, champignon, alho torrado e tomate) eram oferecidas.


Pizza sabor Estrada Real

A napolitana se mostrou deliciosa. Coberta com molho ao sugo, muçarela, tomate, alho torrado, parmesão e manjericão, a pizza estava quente, borbulhando e levemente tostada, garantindo assim crocância à massa.

Comum no cardápio também e não menos saborosa, a pizza de lombo canadense com cheddar merece ser devorada.

Dentre os 36 sabores, vale experimentar alguns não tão populares, como funghi com pesto, escarola, carne seca e rústica (molho ao sugo, muçarela, peito de peru, tomate, champignon, azeitonas pretas, parmesão e orégano). Todas elas estão disponíveis nos tamanhos brotinho (R$10,90 qualquer sabor), pequeno (4 pedaços; de R$15,90 a R$26,90), médio (6 pedaços; de R$18,90 a R$30,90) e gigante (8 pedaços; de R$21,90 a R$37,90).

Para acompanhar as pizzas ou os três tipos de calzone, chope Backer a R$3,30 ou um dos 11 rótulos de vinhos presentes na carta.

A dica é não passar por lá no horário de almoço, quando as mesas ficam lotadas e o atendimento, naturalmente, cai em qualidade. Neste caso, opte pelo serviço de entrega em casa.

As mesas rústicas dão um certo charme à casa, e as pizzas substanciais e bem preparadas são os principais ingredientes que fazem da Pomodori a melhor pizzaria de Belo Horizonte ao lado da Parada do Cardoso.

E que esta simples e deliciosa iguaria continue nos sendo tão familiar. Que ela não se torne alcançável apenas aos mais abastados, pois o prazer de comer uma bela pizza ao lado de quem gostamos sempre será inenarrável.

É só isso que peço a Deus.

POMODORI
Rua Paraíba, 1356 - Savassi
Belo Horizonte, MG
Tel: (31) 3281-9299
http://www.pomodoribh.com.br/


* Atualmente, a fatia de pizza custa R$4,50. (Preço atualizado neste blog em 5 de setembro de 2010)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

"Pastéis diversos" (Rei do Pastel - Belo Horizonte, MG)




O Rei do Pastel é uma espécie de coringa para os adeptos do bom e barato ou para quem pretende tomar uma ‘saideira’ e se alimentar antes de dormir.

Com mesas dispostas na calçada de um dos pontos mais movimentos da Savassi (esquina de rua Professor Morais com avenida do Contorno), o local é conhecido pela descontração, pela cerveja gelada e pelos deliciosos pastéis fritos na hora.

São oito sabores que confundem a cabeça dos que gostam de fazer a tradicional lista dos preferidos. No meu caso, a cada semana elejo um para habitar o Monte Olimpo.

Naturalmente, carne e queijo são os que têm mais saída, mas quem for conservador, ou não tiver a curiosidade de degustar os outros, vai perder a oportunidade de experimentar o perfeito pastel de milho com creme de leite e requeijão. A cremosa mistura recebe o frescor da cebolinha verde e explode na boca, proporcionando a sensação de que, pelo menos por um instante, o mundo a sua volta está em perfeita harmonia.

Ao comer o de bacalhau, sente-se o gosto do peixe desfiado e muito bem temperado. Gosto de bacalhau! Vale experimentar também o de frango, o de palmito e o napolitano, recheado com muçarela, presunto, cebola, pimentão e tomate.





Além dos sete sabores salgados, há o de banana, que após ser frito é passado na canela. Todos a R$1 a unidade.

À exceção do sabor banana, mini-pastéis de todos os sabores podem ser pedidos para acompanhar a cerveja gelada, a R$6 a porção com 18 unidades.

O que encanta na simplicidade deste bar são os pastéis super recheados e o clima alegre, comandado pelo Maguila, a quem considero o melhor garçom da cidade, dividindo o lugar mais alto do pódio com o Valdecir, que trabalha no Bar do João, também na Savassi.

O Rei do Pastel funciona durante toda a madrugada, fecha por algum tempo para troca de turno dos funcionários e reabre pela manhã, quando o forte são os produtos da quitanda, como biscoito doce, broa de fubá e rosquinha com queijo.

Sucos, caldo de cana, vitaminas, refrescos e café estão presentes no cardápio a qualquer hora do dia, e os salgados, assados ou fritos, são fartos.





A pastelaria funciona de segunda a sábado e abriga outra unidade na esquina das ruas Fernandes Tourinho e Sergipe.

Quem estiver disposto a conhecer o Rei do Pastel vai perceber que lá, o pastel de queijo não é de vento, o de bacalhau não é de batata e o de palmito é realmente de palmito.



REI DO PASTEL
Av. do Contorno, 5680 - Funcionários
Belo Horizonte, MG
Tel: 3221-8678


* Atualmente, cada pastel custa R$1,50. (Preço atualizado neste blog em 5 de setembro de 2010)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"Sanduíche de pernil" (Bar do Pudim - Curitiba, PR)




Parece que o blog “Baixa Gastronomia por Nenel” tem trazido sorte a este que vos escreve. O que falo é sério e vou contar o motivo desta afirmação.

Estava em Curitiba para fazer dois shows com o Rocknova, e no dia da primeira apresentação, após chegar ao Empório São Francisco e preparar nossos instrumentos, decidimos sair para comer algo antes do show. Como não tínhamos muito tempo, resolvemos nos abastecer pelas redondezas do pub.

Confesso que neste momento minha pretensão de escrever um post para o blog diretamente da região Sul já tinha desaparecido, devido ao apertado cronograma.

E não é que recebemos a dica de um dos técnicos de som da casa para que fossemos ao Bar do Pudim, a três quadras dali e onde se encontra o melhor sanduíche de pernil da cidade?

Chegando, se reconhece um típico boteco ali, com mesas apenas na parte de dentro, lembrando alguns bares do Rio de Janeiro. A curiosidade fica por conta de sua localização, ao lado do Cemitério Municipal São Francisco de Paula.

Lá, descobri que o Bar do Pudim é um clássico da boemia da capital paranaense, aberto em 1978, e que este ano foi eleito pela segunda vez o “melhor boteco de Curitiba” pela Revista Veja.

Na entrada, uma pequena estufa exibe salgados como coxinha de frango com catupiry, croquete de camarão e o ótimo bolinho de carne (R$3,30), crocante e tostado por fora e com recheio ao ponto, rosado.

Da cozinha também saem porções e os famosos sanduíches. Entre eles destacam-se o frango sujo, feito com filé de peito de frango, a R$7,20; o pão com bolinho de carne, que custa R$6,00; e o pernil completo, que vale R$7,00. Todos os recheios são de queijo e cheiro verde, e vêm dentro de pão francês.



O pernil é menos temperado que a maioria que encontramos nos bares de Belo Horizonte, mesmo assim é muito gostoso. O queijo derretido e um pouco de cebola recebem a companhia de uma generosa porção de cheiro verde. A curiosa presença de cebolinha verde trouxe aroma e frescor ao ótimo sanduíche, que, infelizmente para os famintos, poderia ser um pouco maior.

Para acompanhar, uma boa pedida é o chope pilsen Opa Bier, produzido na cidade catarinense de Joinville. A bebida vem engarrafada em recipiente de 600 ml, é levemente frutada e mantém um pouco do frescor do chope tradicional. Vale a pena experimentar e o preço dela é R$6,00.

Após o jantar fomos trabalhar e fizemos um ótimo show. Mas a viagem me ensinou que com um pouco de curiosidade e sorte, nos vemos dentro de locais tradicionais e que nos trazem muito prazer. Basta não ter preconceito!


BAR DO PUDIM
Praça do Redentor, 322 - São Francisco
Curitiba, PR
Tel: (41) 3323-1553

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"Espaguete à bolonhesa" (Recanto Verde - Belo Horizonte, MG)



Nenhum prato estrangeiro conseguiu fazer tanto sucesso no Brasil quanto o macarrão. Por isso, seria imperdoável que ele demorasse muito a figurar nas páginas deste blog.

Pois bem, se você quer comer uma pasta suculenta e deliciosa, vá ao Recanto Verde, ali no bairro Sagrada Família.

Com a maioria das mesas espalhadas pelo salão e algumas pela calçada, o ambiente é simples, acolhedor e familiar.

Especializado em massas e em comida mineira, o restaurante tem entre seus maiores sucessos o feijão tropeiro e o filé à parmegiana.

Mas é o espaguete à bolonhesa o campeão de popularidade. Servido em uma travessa em formato oval, ele chega à mesa coberto por muçarela fresca ralada, que após alguns minutos já está derretida em meio ao bem temperado e caprichado molho de tomates com carne muito bem moída.

Para acompanhar, apenas um pouco do suave azeite Andorinha e uma cuidadosa medida do forte e perfumado molho de pimentas encontrado nas mesas. Algo mais que isso seria um pecado.



Clássico da culinária mundial, este italianíssimo prato é facilmente encontrado nos restaurantes e lares brasileiros. E foi justamente esta popularização que fez com que ficasse cada vez mais difícil encontrar um lugar que consiga surpreender e empolgar na apresentação da receita. Pois o Recanto Verde conseguiu este feito.

As porções estão disponíveis em três tamanhos. A pequena serve duas pessoas e sai por R$13,40, a média custa R$18,50 e a grande, por R$22,90, serve quatro pessoas em média.



Se quiser sair do lugar comum, a casa oferece omeletes, pizzas, petiscos, pratos à base de peixes e outros 26 tipos de massas.

A cerveja, a R$3,40, é geladíssima, e tem a função de aguçar o apetite de quem espera a comida à mesa.

O restaurante aceita cartões Visa e Mastercard. Fica aberto até as 4 horas da madrugada nos finais de semana e não entrega em casa.

Portanto, se você ficou com fome, reúna os amigos, pegue o carro e vá até lá. Você não vai se arrepender. Eu garanto.




RECANTO VERDE
Av. Petrolina, 910 - Sagrada Família
Belo Horizonte, MG
Tel.: (31) 3481-2951

*Atualmente, o espaguete à bolonhesa custa R$15,90 (pequeno), R$21,50 (médio) e R$25,90 (grande). A cerveja 600ml vale R$4,10. (Preços atualizados neste blog em 18 de abril de 2011)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"Rochedão especial" (Bolão - Belo Horizonte, MG)

Inicio este post pedindo desculpas aos amigos que acompanham o blog pelo tempo em que ele ficou parado.

Mas para me redimir, o lugar escolhido para ocupar este espaço foi nada mais nada menos que o Bolão, onde se encontra o rochedão, PF mais famoso de Belo Horizonte, juntamente com o Kaol, do Café Palhares.

Cravado no romântico e boêmio bairro Santa Tereza, em frente à praça principal, o bar conta com mesas espalhadas pelos salões e pela calçada.

Além de abrigar a enorme coleção de relógios do proprietário José Maria da Rocha, as paredes internas são cobertas por discos de ouro doados por clientes famosos das bandas Sepultura, Skank, Pato Fu e do Clube da Esquina.


Aberto em 1961, há muito o Bolão é a melhor pedida para o fim de noite. O local fica lotado nas madrugadas, já que a cozinha funciona até 6 horas da manhã.


Fachada do Bolão, localizado na Praça Duque de Caxias, em Santa Tereza

No cardápio, 18 sabores de pizzas, sanduíches, omeletes e diversas opções de petiscos, como o rock in rio (bife empanado, enrolado e recheado com presunto e muçarela).

Mas o restaurante se tornou um clássico graças ao sucesso do rochedão e do espaguete à bolonhesa (R$9 a porção pequena e R$18 a porção grande).

O rochedão sai a R$10 e é composto pela brasileiríssima combinação de arroz, feijão, fritas, ovo estalado e uma carne à escolha, que pode ser lingüiça, lagarto, bife de boi, porco ou frango.

A opção com bife de boi é, disparada, a mais vendida. Pode-se, ainda, trocar a batata-frita pelo macarrão à bolonhesa, sem alteração do preço.

Rochedão especial com bife de boi

Se estiver com muita fome peça o rochedão especial, onde fritas e macarrão convivem pacificamente a R$12,50, mesmo preço do rochedão comum na versão com feijão tropeiro e bife à milanesa.

Para beber, cinco opções de cervejas entre R$3,80 e R$4,40 a garrafa de 600ml.

Administrado pela terceira geração da família Rocha, o Bolão conta hoje com três restaurantes e já foi eleito várias vezes pela Revista Veja como o melhor fim de noite da capital.

Foi seguindo o lema “nossa família servindo sua família” que o Bolão se tornou parte do imaginário do belo-horizontino.



RESTAURANTE BOLÃO
Praça Duque de Caxias, 288 - Sta Tereza (Bolão 1)
Belo Horizonte, MG
Tele-entrega: (31) 3463-0719 / 3461-6211
http://www.restaurantebolao.com.br/

*Atualmente, o rochedão custa R$13,50 e o rochedão especial sai por R$17. O rochedão com feijão tropeiro e bife à milanesa vale R$17,50. O espaguete à bolonhesa custa R$12,50, e a versão em tamanho grande foi extinta. 

As cervejas variam de R$5 a R$5,80, a garrafa de 600ml. (Preços atualizados neste blog em 24 de outubro de 2011)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

"Mexidão + Polenta" (Chopp da Fábrica - Belo Horizonte, MG)



Em Minas Gerais, o mexido é uma unanimidade. Desde que me lembro, sempre apreciei esta iguaria, geralmente devorada à noite e contendo as sobras do almoço.

Quase todas as pessoas que conheço se arriscam na preparação do prato, mas ninguém até hoje o preparou como no Chopp da Fábrica, bar e restaurante localizado no bairro Santa Efigênia e conhecido por ser a salvação do pessoal na madrugada.

Aberto em 1991, o local passa por uma reforma que vai dobrar sua capacidade. Antes com 34 mesas, divididas entre calçada, varanda e salão interno, deve oferecer mais 27 e ganhar um novo andar até o final da reforma, prevista para terminar em dois meses.

Quando chegar ao Chopp da Fábrica, não caia na pegadinha do cardápio, que indica mexidão para uma (R$13,90) e para duas pessoas (R$19,80).

O primeiro serve cerca de três famintos, e o segundo de quatro a cinco.

Prato mais pedido da casa, o mexido é preparado com arroz, feijão, ótima carne desfiada, ovo, couve e torresmo, e ainda vem acompanhado de saborosos pedaços de linguiça defumada. É o tipo do prato que vai te deixar bem, feliz e confortável, principalmente se degustado pouco antes de dormir.





E, para acompanhá-lo, não há nada melhor que a magistral e sempre fumegante polenta à mineira, preparada com angu mole, molho à bolonhesa, couve rasgada e muçarela fresca. O queijo derrete em meio ao molho, temperado na medida certa.

Muito bem servida, custa R$10,80 na versão individual e R$15,40 para duas pessoas. A quantidade real é a mesma do mexido.



As duas especialidades chegam à mesa em panelas de ferro, o que ajuda a manter a temperatura e o clima de simplicidade do local.

Deixe a vergonha de lado e misture sem pudor o mexido à polenta.



Vale a pena pingar algumas gotas no prato da perfumadíssima pimenta preparada no local. Os sabores se abrem, se intensificam, sem que, para isso, sua língua pegue fogo. 




Os pontos negativos ficam para o site do restaurante, há mais de dois anos em manutenção, e para a não aceitação de cartão de crédito.

Portanto, vá com dinheiro ou cartão de débito e se delicie com a simples e deliciosa culinária mineira. Ah, e para beber vá de cerveja, porque chopp, só no nome da casa mesmo, já que ela não oferece a bebida.

Fique atento para os horários de funcionamento. 

Aos domingos abre ao meio-dia e fecha às 3 da manhã. De segunda a sexta inicia os trabalhos às 11 horas. Na segunda encerra às 2 da madrugada, na terça, às 3, na quarta, às 4, na quinta, às 5, e na sexta às 6 horas da manhã. Aos sábados o funcionamento é de meio-dia às 6 da matina. 







CHOPP DA FÁBRICA
Av. do Contorno, 2736 - Sta Efigênia (Em frente ao Hospital Militar)
Belo Horizonte, MG
Tel.: (31) 3241-1766
http://www.choppdafabrica.com.br/




NOTAS E ATUALIZAÇÕES DO EDITOR EM 7 DE ABRIL DE 2015


*Após a reforma descrita no texto, o Chopp da Fábrica ainda anexou o imóvel ao lado, aumentando mais uma vez a capacidade do local. 

**Após a reforma, em 2009, o local passou por uma espécie de elitização fajuta. Foi quando aumentou os preços e colocou pratos quadrados para os clientes fazerem suas refeições. 

***Nesta mesma época, a qualidade da comida caiu. Mas, de um tempo para cá, vem melhorando gradativamente. 

****Atualmente, o mexidão para uma pessoa custa R$19,70, e para duas sai por R$35,80. A novidade é a porção que atende três comensais e vale R$53,10.

*****Atualmente, a polenta à mineira para uma pessoa custa R$17,50, e para duas sai por R$33,20. Outra novidade é a porção que atende três e vale R$48,30. O detalhe é que agora ela vem gratinada, como é possível ver em uma das fotos acima. 

******O local já aceita cartões de crédito e agora oferece chope da Heineken por R$5,90 (300ml).

quarta-feira, 29 de julho de 2009

"Kaol com linguiça" (Café Palhares - Belo Horizonte, MG)



Se você é de Belo Horizonte e nunca ouviu falar em kaol ou Café Palhares, pergunte a seu pai, algum tio ou amigo. Vai ser difícil alguém não conhecer. 

Aberto em 1938, o Café Palhares fica no centro da capital mineira e foi reduto de boêmios nas décadas de 1940, 50 e 60, quando funcionava 24 horas por dia, sendo frequentado por pessoas de variados estilos e classes sociais, entre elas importantes figuras, como o ex-presidente Juscelino Kubitschek. 

Mas o que fez a fama do lugar foi o kaol, PF batizado pelo jornalista e compositor Rômulo Paes com as iniciais de cachaça (com K mesmo, para dar mais pompa ao prato), arroz, ovo e linguiça.

O kaol do nosso tempo é mais incrementado, e ganhou a companhia de couve, torresmo e farofa de feijão. Isso mesmo, não é tropeiro, pois não há bacon, ovos ou linguiça calabresa misturados ao feijão. Além disso, a farinha é mais fina.

Para completar e contrabalancear a farofa, o prato é coberto por um molho de tomates.



São cinco opções de carne. Além da clássica linguiça de porco, produzida diariamente no próprio restaurante, há os pratos com carne cozida, língua e dobradinha, a R$7,40 cada. O de pernil sai a R$8,20. Quem quiser experimentar duas opções de carne vai pagar R$12.

O destaque fica, obviamente, para o clássico da casa, ou seja, o prato servido com a ótima linguiça fresca, que é, naturalmente, o de maior saída.




O Café Palhares não conta com mesas. As pessoas se sentam nas cadeiras altas que ficam em frente ao balcão em formato de letra U, de onde se vê toda a preparação dos pratos que se tornaram uma entidade gastronômica da capital mineira.





Caso não encontre um banco vago ao chegar - o que é comum acontecer -, entre na fila e espere o seu lugar  tomando um chope na porta do restaurante.

As filas de desfazem rapidamente, já que o giro é grande, o que garante também o frescor da comida, que é preparada e servida de 10 da manhã às 11 da noite.

Para a minha surpresa, o chope da Nova Schin (R$2,90) é leve, cremoso, gelado na temperatura ideal e muito bem tirado pelos garçons da casa.

"As tulipas são guardadas em uma geladeira e a chopeira é limpa periodicamente", conta o proprietário Luiz Fernando Ferreira, que, ao lado do irmão e sócio, João Lúcio Ferreira, toca o negócio há décadas.



Se mesmo assim, você ainda não se convenceu a fazer uma visita ao Palhares, vá em busca do karacol de pernil (tradicional pernil do Palhares, servido em forma de caracol, regado com molho picante de abacaxi e acompanhado de hortaliças, fios de couve e pão árabe), prato vencedor da edição 2009 do concurso "Comida di Buteco". 

O Café Palhares tem suas paredes repletas de prêmios e de reportagens a respeito do local, e só aceita dinheiro como forma de pagamento.

Funciona de segunda a sábado, a partir das 6 horas da manhã. Durante a semana fecha às 23 horas e, aos sábados, às 22 horas.

É como diz o ditado, para ser um mineiro de verdade é preciso comer um kaol ao menos uma vez na vida.



CAFÉ PALHARES
Rua Tupinambás, 638 - Centro
Belo Horizonte, MG
Tel: (31) 3201-1841


NOTAS E ATUALIZAÇÕES DO EDITOR EM 31 DE MARÇO DE 2015

*Atualmente, as opções de kaol com linguiça, dobradinha, carne cozida e língua saem por R$15 cada. O prato com pernil custa R$17. Já o kaol com duas opções de carne vale R$24. O preço do chope é R$5,50. 

**O karacol de pernil não faz mais parte do cardápio da casa.

Boas-vindas

Neste primeiro post quero agradecer aos companheiros que sempre deram uma força e que me acompanham nas andanças por bares, restaurantes e biroscas de Belo Horizonte.

Espero fazer deste espaço uma verdadeira ode à baixa gastronomia de qualidade.

Meu desejo é de que todos se divirtam por aqui.

Sejam bem-vindos ao mundo da fartura!