sexta-feira, 23 de maio de 2014

"Empadinha de camarão" (O Caranguejo - Rio de Janeiro, RJ)



O que dizer de um bairro que abriga bares como Pavão Azul, Adega Pérola e Cervantes

Apaixonante. Assim é Copacabana. 

E o que pensar de uma cidade em que as pessoas dominam a arte de tirar um bom chope e de fazer ótimas empadinhas?

Viciante. Assim é o Rio de Janeiro.

A empada de camarão d'O Caranguejo honra essa fama, e é tida por muitos como a melhor da cidade, inclusive pela revista Veja, que, em duas ocasiões - 2007 e 2010 -, assim a elegeu.  





Com massa podre, seu recheio tem uma azeitona preta e um camarão médio em meio a um saboroso creminho.



A deliciosa e delicada massa não é farinhenta nem gordurosa. 



O camarão é suculento e a azeitona é como sempre deve ser. Com caroço. Algo bem carioca. 



Um curioso quadro afixado na parede do bar tem a função de alertar os clientes mais desavisados. 



A empadinha custa R$3,50 e é pequena. O que é bom, pois serve de belisquete e não empanturra.

Por isso é fácil comer duas ou até três, na companhia de algumas tulipas de 300ml do bem tirado chope Brahma, a R$6 cada. 



O bar é apertado e tem apenas um balcão voltado para a calçada, onde ficam expostos pasteizinhos (camarão, siri ou carne, a R$4 cada), empadinhas e bolinhos de bacalhau (R$4 a unidade). 



Logo embaixo há uma vitrine com chamativos peixes e frutos do mar, que vão direto para a mesa dos clientes que estiverem dispostos a almoçar ou jantar no restaurante anexo ao bar. 



Cartões de débito e de crédito são aceitos no local, que funciona diariamente, de 8 da manhã às duas da madrugada. 

Inaugurado em 1982, O Caranguejo está incrustado na esquina das ruas Barata Ribeiro e Xavier da Silva, logo em frente à estação de metrô do Cantagalo. 

Sem requinte algum, o bar se tornou um clássico de Copacabana graças ao bom atendimento, ao chope bem tirado e, é claro, às empadinhas de camarão. 



RESTAURANTE O CARANGUEJO
Rua Barata Ribeiro, 771 - Copacabana
Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2235-1249
http://www.restauranteocaranguejo.com.br/

sexta-feira, 16 de maio de 2014

"X-frango" (BB Lanches - Rio de Janeiro, RJ)



Nem só de boemia vive o Rio de Janeiro. Muito pelo contrário. 

Pela manhã, a cidade tem uma energia mais leve, porém tão viva quanto a que apresenta durante a noite e a madrugada. 

O sol e o mar são os parceiros dos que saem para caminhar e praticar esportes tendo como pano de fundo a esplendorosa paisagem da Cidade Maravilhosa. 



Boa opção para forrar a barriga e enganar a fome antes ou depois de um passeio pelo calçadão é o tenro e saboroso X-frango do BB Lanches, no Baixo Leblon. 



Sem pretensão alguma de ser gourmet, tem jeitão e sabor de sanduíche caseiro e vem partido ao meio.



Em meio ao bom pão de leite, o recheio tem dois hambúrgueres de frango cobertos com queijo prato derretido. 



Custa R$9 e é ótima opção para carregar as energias ainda pela manhã. 

Para acompanhar, vale pedir um copo de 330ml com suco de abacaxi e hortelã, por R$7. 



Aberto em 1964, o BB Lanches se tornou uma instituição carioca graças aos seus premiados sucos. Além disso, foi a primeira casa do ramo no badalado Leblon. 

A lanchonete aceita cartões de débito e de crédito e funciona de domingo a quinta, de 9 da manhã as 3 da madrugada. Às sextas e sábados o serviço se estende até às 5 da matina.

Vale a pena pedir um X-frango e uma das dezenas de opções de sucos para saborear sentado no banco de madeira que fica na esquina da rua Aristides Espínola com a Avenida Ataulfo de Paiva, vendo a vida passar.  
Não é uma refeição inesquecível, mas é, acima de tudo, simples e prazerosa. 




BB LANCHES 
Rua Aristides Espínola, 64 - loja A - Leblon 
Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2294-1397

sexta-feira, 9 de maio de 2014

"Pataniscas de bacalhau e risoto de camarão" (Pavão Azul - Rio de Janeiro, RJ)



A Meca da baixa gastronomia carioca. 

É assim que muitos consideram o Pavão Azul, boteco localizado em Copacabana que se tornou notório graças às pataniscas de bacalhau e ao risoto de camarão servidos no local. 



Aberto em 1957, o bar tem simplicidade encantadora, que atrai moradores da região e figuras conhecidas, como o diplomata e ministro da Defesa, Celso Amorim, que, na ocasião, se divertia com o leve chope Brahma na tulipa de 300ml, por R$4,50 cada. 



Bem próximas umas das outras, as mesas são concorridas, e vale a pena chegar cedo para experimentar as famosíssimas pataniscas de bacalhau. 

Explica-se: pataniscas se diferenciam dos onipresentes bolinhos de bacalhau por não levarem batata em sua receita. 

Por isso, elas são mais densas e firmes do que os tradicionais bolinhos. 



Pode-se dizer que as pataniscas são bolinhos de bacalhau mais rústicos, puros, sem a batata para ofuscar a presença do peixe. 



O aroma é espetacular e o recheio tem muito, mas muito bacalhau, além de pedacinhos de cebola, que potencializam o sabor e desmancham na boca. 



Bastam dois pingos de azeite extravirgem português para que a felicidade seja completa. 

Um toque de pimenta malagueta também pode ser interessante. Mas não se faz necessário. 



Não é um preparo de fácil assimilação para quem está acostumado com aqueles bolinhos de bacalhau insossos e cheios de batata na massa, que, neste caso, leva ovo, para dar a liga. 

Cada patanisca sai por R$2,30, com pedido mínimo de quatro unidades. 

Vale destacar que elas são fritas somente após o pedido do cliente. Por isso, estão sempre quentinhas. 



O Pavão Azul é frequentado por um público sênior, com idade média de 60 anos. 

E isso é o mais legal, pois não é um bar da moda ou de "azaração". 



Quem quiser se entrosar com fregueses mais jovens pode atravessar a rua em direção ao anexo do bar, carinhosamente apelidado de Pavãozinho Azul. 

Tanto lá quanto no Pavão, muitos passam, tomam um chope, comem uma patanisca ou um pastel de camarão, em pé mesmo, e vão embora.

Pastel de camarão que, aliás, não empolgou. 

Apesar de vistoso, não está no mesmo nível dos encontrados em outros botecos tradicionais do Rio, como no Bar Urca, por exemplo. Falta sabor. 

Cada unidade custa R$2.



Não vá embora do Pavão Azul sem experimentar o risoto de camarão. 

Sobre quase todas as mesas é possível observar uma travessa com a especialidade da casa, que também sai muito para viagem. 



Custa R$30, serve bem duas pessoas e é ótima pedida para o almoço. 



Na verdade, é um arroz tradicional com camarão e molho, pois não é preparado com o grão das variedades arbóreo ou carnaroli e não tem a consistência empapada característica de um risoto.



No Rio é comum chamar de risoto este tipo de preparo, pois a receita é antiga e, até alguns anos atrás, não havia no mercado nacional as variedades de arrozes citadas acima. 

Mas isso pouco importa, pois o prato é excelente. 

Preparado com arroz branco ao dente, leva um ótimo e encorpado molho com pedaços de tomates, cheiro-verde e 20 camarões médios.  



O sabor é de comida caseira, o que torna a experiência mais agradável. 



Apenas dinheiro e cartão de débito são aceitos no local, que funciona de terça a domingo, de meio-dia à meia-noite. 

O Pavão Azul foi eleito por três vezes consecutivas - de 2009 a 2011 - o melhor "pé-sujo" da cidade pelo jornal O Globo. Venceu também o prêmio da revista Veja duas vezes - em 2009 e 2013 - como o melhor boteco do Rio de Janeiro. 

E, pra completar, é patrimônio cultural carioca. 

Viva o boteco, viva o chope gelado, viva a patanisca de bacalhau, viva o risoto de camarão. Viva o Pavão Azul!



BAR PAVÃO AZUL
Rua Hilário de Gouveia, 71 - Lojas A e B - Copacabana
Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2236-2381