segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Sanduíche de filé mignon com queijo e abacaxi" (Cervantes - Rio de Janeiro, RJ)

Sanduíche do Cervantes com filé, abacaxi e queijo é o que desperta o meu desejo de morar no Rio de Janeiro. 

Esta deliciosa criação, que poderia ser muito bem creditada a seres divinos, é o carro-chefe deste clássico bar e restaurante, que há mais de 50 anos é o porto seguro da boemia de Copacabana. 

O filé mignon é macio, úmido e rosado em seu interior. A grossa e suculenta fatia de queijo prato levemente derretido é responsável pela potência. E o pedaço do sempre doce abacaxi equilibra o sanduíche com um quê de delicadeza. 



O recheio é generoso, em meio ao ótimo pão de leite, quente, fininho e macio, preparado especialmente para este fim por uma padaria da região. 

O investimento de R$20 no sanduíche vale muito a pena. E o gelado e bem tirado chope Brahma (R$5), chamado carinhosamente de creme pelos garçons, cai como uma luva. 



Entre as 29 opções de sanduíches, fazem sucesso também o de pernil com queijo e abacaxi (R$15), que é o segundo mais vendido do local, e o de salaminho do tipo italiano com os mesmo acompanhamentos (R$15), que é delicioso. 



A excelente comida, o ótimo atendimento e o funcionamento durante a madrugada são os grandes trunfos do Cervantes. 

Na Rua Barata Ribeiro se localiza o bar, que serve apenas sanduíches, saladas de batata e russa e duas opções de salpicão: de frango e de presunto. 



Ali, o cardápio está afixado na parede e come-se em pé diante do disputado balcão, com vista para a chapa, que mantém os pães aquecidos, e para lindas peças de pernil, de salaminho e de filé mignon. 





A rapidez em que o sanduíche chega ao balcão, mesmo com o bar lotado, é de impressionar. A agilidade é tanta que faz com que o atendimento de famosas cadeias de fast food pareça brincadeira de criança. 

Deste mesmo balcão também saem os sanduíches pedidos no restaurante, que tem entrada pala Avenida Prado Júnior, a 20 metros dali, quase na esquina da rua do bar. Um pequeno corredor interno é o que liga os dois. 



O atendimento no restaurante é tão eficiente quanto o do bar, e os garçons são educados e solícitos. 

Ali, onde os espaços entre as mesas são mínimos e o ar condicionado se faz presente, o cardápio é extenso, com mais de 150 opções de petiscos, carnes, camarões, guarnições e sobremesas, além dos famosos sanduíches, claro. 

Todos os pratos são fartos e muito bem recomendados pelos clientes que entram e saem durante todo o dia e, principalmente, nas alegres madrugadas. 



Existem outras duas unidades na Barra da Tijuca. Elas foram abertas há alguns anos e, obviamente, não têm a mesma tradição da cinquentenária unidade de Copacabana. 

O Cervantes faz jus a todos os prêmios que já recebeu de publicações como Veja e O Globo por oferecer o melhor sanduíche da cidade e por ser um dos melhores locais para se tomar uma "saideira" na madrugada carioca. 

Funciona de terça a quinta, de meio-dia às quatro da madrugada, às sextas e sábados, de meio-dia às 6 horas da manhã, e aos domingos, de meio-dia a uma hora da madrugada. O local não abre às segundas-feiras. 

Se eu tivesse apenas R$20 para investir em algo, sem dúvida alguma seria no sanduíche de filé, abacaxi e queijo do Cervantes. 

Basta ter sangue correndo pelas veias para se emocionar com algo tão delicioso e para, posteriormente, dar um soco no ar, movimento que representa bem um dos momentos mais felizes da vida de quem gosta de comer bem. 




BAR E RESTAURANTE CERVANTES
Bar: Rua Barata Ribeiro, 7, loja B - Copacabana
Restaurante: Avenida Prado Júnior, 335 B - Copacabana
Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2275-6147
http://www.restaurantecervantes.com.br/


*Atualmente, o sanduíche de filé com abacaxi e queijo custa R$23. O de pernil com abacaxi e queijo vale R$18, assim como o de salaminho com os mesmos acompanhamentos. O chope Brahma sai a R$6,50. (Preços atualizados neste blog em 22 de outubro de 2013)

terça-feira, 14 de junho de 2011

"Sardinha e pescadinha fritas" (Rei dos Frangos Marítimos - Rio de Janeiro, RJ)



Para entender bem o funcionamento de uma metrópole, você deve conhecer a sua região central, onde se vê de tudo um pouco.

E no caso do Rio de Janeiro não é diferente, afinal, trata-se de uma grande e importante cidade brasileira.

Seu centro é movimentado, barulhento e colorido. Mas tem uma energia gostosa, graças à beleza de seus prédios históricos datados do século XIX.

É ali, no coração financeiro da antiga capital da república, que se encontra o Beco das Sardinhas.

O beco é acolhedor e agradável, pois a Rua Miguel Couto, onde ele está situado, é fechada para carros.

Várias mesas de plástico ficam distribuídas embaixo de toldos que pertencem aos quatro bares que competem entre si vendendo o chamado frango marítimo, como é conhecida a sardinha.



O quinto bar - sem toldo - é justamente o Rei Dos Frangos Marítimos, onde comi a melhor sardinha em quase 29 anos de vida.

Para começo de conversa, ela é frita somente após o pedido do cliente, e a quantidade desejada chega rapidamente à mesa, umas sobre as outras, em travessa de alumínio.



Coma com as mãos, pois é muito mais divertido. E não se preocupe, afinal as sardinhas são tão sequinhas que os dedos não se encharcam de gordura após devorá-las.

Elas são preparadas abertas, e, por serem empanadas com fubá, ficam extremamente crocantes. Um pouco de azeite português e umas gotas do molho de limão preparado na casa conseguem deixar melhor o que já é muito bom.

A unidade custa apenas R$1,50, e, para acompanhar, o gelado chope Brahma (R$3,60 a tulipa com 280ml) cai como uma luva.

A sardinha frita oferecida no Rei dos Frangos Marítimos é fantástica.

É possível comê-la com a facilidade com que se come um balde de pipoca.



Outra especialidade do local é a pescadinha. Frita somente após o pedido, ela é empanada, carnuda e leve.

Após tirar a cabeça e as espinhas – elas saem inteiras e o que fica é somente a carne –, só tome cuidado para não exagerar na dose, pois o peixe é muito saboroso.



Cada unidade custa R$11 e satisfaz uma pessoa, ainda mais se for acompanhada do ótimo arroz com brócolis (R$10,50 a porção pequena e R$17 a porção grande) e da salada de maionese com batatas (R$8,50 no tamanho menor e R$14 no maior).

O arroz é bem temperado com alho e os brócolis estão ali aos montes.



A excelente salada de maionese com batatas é finalizada com salsinha e com ovos cozidos picados, formando uma trinca perfeita com o arroz com brócolis e a pescadinha.



O Rei dos Frangos Marítimos é um restaurante tradicional e com atendimento solícito. É muito frequentado por quem trabalha na região e remete às imagens dos bares retratados nos filmes brasileiros dos anos 70 e 80.



As porções servidas são fartas, e sua simplicidade está à mostra nas paredes de azulejo e nos seus garrafões de vinho expostos nas altas prateleiras.

Ou seja, ali não existe pretensão de ser chique, gourmet ou de ter o mínimo de requinte. A única regra é oferecer boa comida.



O cardápio tem muitas opções de saladas, legumes, peixes e camarões. E também de frango, carne de boi e sopas. O filé de peroá (R$31) e a casquinha de siri (R$10 a unidade) são outros pratos que têm grande saída.

Funciona de segunda a sábado a partir das 11 horas, e aceita cartões Visa e Mastercard.

Esta sim é uma rica tradição que os cariocas herdaram dos portugueses. Comer sardinha.

A dobradinha com o chope já foi uma feliz ideia brasileira.

Pois bem, é ali, bem no centro nervoso do Rio, que se come como um verdadeiro rei.



REI DOS FRANGOS MARÍTIMOS
Rua Miguel Couto, 139 A - Centro (Beco das Sardinhas)
Rio de Janeiro (RJ)
Tel: (21) 2233-6119

terça-feira, 7 de junho de 2011

"Bolinhos diversos, empada de camarão e chope Brahma" (Bar Bracarense - Rio de Janeiro, RJ)



Eleito duas vezes o melhor bar do Brasil pelo jornal The New York Times, e apontado em quatro ocasiões como o melhor do Rio de Janeiro pela prefeitura local, o Bracarense é um orgulho para os cariocas. 



Localizado no charmoso bairro Leblon, o bar ficou conhecido por seus deliciosos bolinhos, pela sua empadinha de camarão, pelo chope gelado e por seus frequentadores famosos, como Chico Buarque e o pessoal do Pasquim. 

Do minuto em que pisei no Braca até o momento em que paguei a conta, passei por intensas sensações. 

A decepção bateu logo na entrada, ao experimentar o outrora sublime bolinho de aipim recheado com camarão e Catupiry (R$3 a unidade), que já não é mais o mesmo. 

A receita original foi levada pelo garçom Chico e pela cozinheira Alaíde para o bar que abriram no mesmo bairro e que leva o nome deles

Hoje só restou uma massa um pouco grossa e pesada. 

Ainda assim, é um bolinho acima da média, apesar de ser apenas sombra do que já foi. 



O bolinho de bacalhau (R$3 a unidade) continua espetacular, sequinho, no tamanho certo, caprichado no recheio e salpicado por cheiro-verde. Basta uma gota de azeite para se sentir no paraíso. Faz par perfeito com o leve e gelado chope Brahma, a R$4,25 o copo com 300ml. 





Sempre cheio, e lotado nos finais de semana, o Bracarense é um boteco de alma carioca, barulhento e caótico, com pessoas espalhadas pelas mesas nas calçadas e pelos banquinhos altos no balcão. Isso sem contar os inúmeros clientes que ficam em pé na rua ou dentro do bar. 

E nada de tulipa especial para o chope, que vem em um copo longo e de espessura fina. 





Além dos famosos bolinhos, o cardápio oferece a clássica empada de camarão (R$3,20 a unidade), que me fez recordar com emoção as primeiras vezes em que estive em tão sagrado solo. 



Com massa podre e recheada com camarões médios em meio a um denso creme e a uma azeitona preta com caroço, a empada, tão copiada Brasil afora, continua imbatível.







Como os salgados ficam na estufa, a dica é pedir para o garçom avisar quando saírem novas fornadas. Assim, os bolinhos e empadinhas poderão ser degustados em seu auge. 





Perdi todo o receio de que o Bracarense não fosse o mesmo dos velhos tempos quando coloquei na boca o delicioso e suculento pernil. 

Macio, tenro e muito bem temperado, este amado corte do porco é servido tanto em porções como em sanduíches. É um dos petiscos mais vendidos do bar. 



Mas a felicidade plena só foi alcançada ao experimentar o curioso bolinho de feijoada (R$3,20 a unidade). 

A casquinha crocante e sequinha de fubá tem como recheio uma temperada pasta de feijão preto, bons pedaços de bacon e couve. É uma verdadeira feijoada frita. Uma maravilha!





Quem quiser cerveja não vai encontrá-la no Bracarense, e quem tiver a petulância de não pedir um chope pode relaxar, pois a caipivodca de maracujá do local (R$11,50) sai às centenas durante todo o dia. 

O caos organizado, a falta de espaço e as paredes repletas de quadros com diplomas e premiações não deixam de ser um charme à parte deste, que é o mais famoso bar do Rio de Janeiro. 



O Bracarense não possui franquias ou filiais, e não aceita cartões de crédito. Cheques e cartões de débito Visa são aceitos. Os 10%, referentes ao serviço de garçom, são cobrados, apesar do cardápio afirmar o contrário. 

Funciona de segunda a sexta, das 8h à meia-noite, e aos sábados e feriados, das 9h:30 à meia-noite. Aos domingos atende de 10h as 22h. 

No caminho entre a decepção e a emoção estavam algumas horas, boas conversas, empadinhas de camarão e um curioso bolinho. Quanto ao chope, só ele já vale a visita. 

Definitivamente, eu poderia morar no Bracarense. 




BAR BRACARENSE
Rua José Linhares, 85 B - Leblon
Rio de Janeiro (RJ)
Tel: (21) 2294-3549


*Atualmente, o bolinho de aipim recheado com camarão e Caturpiry custa R$3,80. O de bacalhau sai por R$3,60. O chope Brahma de 300ml vale R$5,85. A empadinha de camarão tem o preço de R$3,90, mesmo preço do bolinho de feijoada. (Preços atualizados neste blog em 29 de outubro de 2013).