sexta-feira, 18 de outubro de 2013

"Sanduíche de linguiça" (Barraca do Uruguay - Rio de Janeiro, RJ)



Considerado por muitos o melhor ponto da praia no Rio de Janeiro, o Posto 9 é frequentado por jovens no auge da beleza, por famosos e pela esquerda intelectual carioca. 

Mas o que chama a atenção naquele pedaço da orla é a bandeira do Uruguai, que tremula majestosa na areia. 



Ao avistá-la, tenha certeza de que está prestes a experimentar uma das melhores comidas oferecidas na Zona Sul da Cidade Maravilhosa. 

Preparado a poucos metros do mar, o "sanduíche do uruguaio" é digno de aplausos. Mas, antes de escolher o recheio de sua preferência, vale a pena bater um papo com o '"boa gente" Milton Gonzalez. 



Natural de Canelones, cidade localizada a 50 quilômetros da capital Montevidéu, Milton é conterrâneo de Diego Lugano, capitão da seleção uruguaia de futebol. "Joguei com o pai dele por muito tempo e posso afirmar que era melhor que o filho famoso. Inclusive recebeu algumas propostas de times grandes para se profissionalizar, mas não aceitou", relembra com nostalgia. 

Torcedor do Nacional e flamenguista roxo, Milton chegou ao Rio em 1980, após fugir da ditadura em país (1973-1985), que chegou a prendê-lo e a torturá-lo quando era sindicalista. "Vim sozinho para o Brasil. Recebia um salário mínimo da Organização das Nações Unidas (ONU) e precisava pagar as contas da minha família no Uruguai", conta. 

Há 30 anos o Governo Brizola concedeu a licença e o uruguaio, como é conhecido, montou uma churrasqueira no Posto 9, de onde não saiu mais. "O carioca me acolheu. Hoje sou 'urioca', uma mistura de uruguaio e carioca", brinca, bem-humorado. 



Ao oferecer uma latinha gelada de Brahma (R$5) - as outras cervejas disponíveis são Skol e Antarctica -, ele apresenta sua esposa, Glória, que prepara os ingredientes em casa, na Tijuca, e os carrega para a praia, onde os sanduíches são montados somente após o pedido do cliente. 



As carnes são assadas na churrasqueira, que, infelizmente, não fica mais na barraca, pois foi proibida pela Prefeitura, para tristeza do chef e apresentador nova-iorquino, Anthony Bourdain, que já visitou o local em duas ocasiões. 



São quatro opções de sanduíches. O de linguiça é o clássico da casa e custa R$9. O de frango vale R$10, o de carne sai a R$12, e quem quiser o misto, com linguiça e boi, vai pagar R$14. 



Todos eles são preparados com pão francês, chimichurri e cebola. Há também a opção com pão de forma integral. 



Milton corrige e explica que na barraca dele não é chimichurri. É molho! "Os antigos chamam de molho até hoje. Agora é que usam o termo chimichurri, que advém dos ingleses", reclama o militante de esquerda entre um gole e outro de caipirinha.  





A versão preparada com linguiça é sublime. A carne de porco é bem temperada e de ótima qualidade.

Preparada na churrasqueira, a cebola oferece um sutil adocicado e o molho preparado por Glória não agride, apenas soma ao paladar. 









É tão leve e saboroso que comer apenas um seria pecado. 





O sanduíche de carne não fica atrás. O corte escolhido é a maminha, que tem sabor dos melhores churrascos, rosada e com uma fina capa de gordura que poderia ser chamada de amor. 

O molho, mais uma vez, não é colocado em excesso e, por isso, não rouba a cena da protagonista. Já a cebola eleva à décima potência o que já era bom. 







Tudo finalizado com uma pitada de tempero com toque de louro. 









Fazem sucesso também as caipirinhas (R$10, cada) e as caipivodcas (R$12, cada), preparadas pelo filho mais velho do casal, Marcelo Gonzalez, e disponíveis nos sabores de limão, carambola, kiwi, abacaxi e lima da Pérsia. 



A Barraca do Uruguay aceita cartões de débito e de crédito e funciona em todos os dias de sol, de 9h as 19h. No verão o atendimento é feito das 8h às 20h. 

A bandeira do Uruguai e o delicioso sanduíche de linguiça são símbolos de uma Ipanema que continua linda. Ao cliente de bom senso cabe se ajoelhar na areia e agradecer aos deuses por existir algo tão saboroso ao nosso alcance. 



BARRACA DO URUGUAY 
Praia de Ipanema - Posto 9
Rio de Janeiro, RJ

11 comentários:

  1. Ah,o Rio de Janeiro, fevereiro e março, alô alô meu amigo, aquele abraço!
    Delírio Nenas, que delírio! Tem horas que dá aquela vontade de juntar os trapos e ir fazer a vida na cidade maravilhosa!

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  2. Praia de Ipanema, Posto 9, Barraca do Uruguai e suas delícias, combinação perfeita!!! Recomendo!!!

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  3. Nênas, a sublime passagem "com uma fina capa de gordura que poderia ser chamada de amor" remete ao seu melhor. Rei e nada mais.
    do seu,
    D.

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  4. Vou experimentar com ctza qdo for ao Rio de Janeiro denovo. Ótimo post!

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  5. Da caipirinha aos sanduíches...tudo de bom!!
    Recomendo!!!

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  6. Conheci através da revista da Gol na última vez que estive no RJ em dez 2015.Sou carioquíssima, morei a maior parte da minha vida aí em Ipanema e sempre peguei essa praia que ganhou esse presente. Parabéns ! Amei o sanduíche e me senti um pouquinho em Montevidéu,lugar que aprecio muito.Mas infelizmente moro em outra cidade em função do trabalhopor isso não estou aí nos dias de sol,mas já já tô chegando pro carnaval.Parabéns e obrigada Pedro, que me atendeu muito bem.Desejo todo o sucesso para vcs.

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  7. Parabéns ! Adorei essa barraca, sou carioquíssima mas moro em SP , sempre que vou ao RJ não resisto em passar aí para comer esse delicioso sanduíche, que me recorda um pouquinho de Montevidéu,lugar que adoroo !Sempre peguei praia aí,morei a vida quase toda na Anibal de Mendonça e aí sempre foi o point.Sucesso e fico feliz em saber que existem pessoas como vcs para alegrar nossa praia com uma boa culinária,profissionalismo eum exelente atendimento. Fomos atendidas pelo Pedro. Show voltaremos com certeza. Ana e Hugo.

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  8. GRACIAS POR LA ATENCION, "LOS DE MELO".

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  9. Sucesso conheço Milton desde que instalou sua barraca no Posto 9, naquela época a turma do Asdrúbal Trouxe o Trombone também frequentava o local. O sanduiche de linguiça conquistou imediatamente todo mundo do Posto 9. Chegava às 9h e só saia de lá por volta das 20h. Milton e Glória sensacionais. Milton logo virou urioca. Hoje estou em Brasilia, mas sempre que vou ao Rio bato o meu ponto na barraca do nosso querido urioca!

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