sexta-feira, 9 de maio de 2014

"Pataniscas de bacalhau e risoto de camarão" (Pavão Azul - Rio de Janeiro, RJ)



A Meca da baixa gastronomia carioca. 

É assim que muitos consideram o Pavão Azul, boteco localizado em Copacabana que se tornou notório graças às pataniscas de bacalhau e ao risoto de camarão servidos no local. 



Aberto em 1957, o bar tem simplicidade encantadora, que atrai moradores da região e figuras conhecidas, como o diplomata e ministro da Defesa, Celso Amorim, que, na ocasião, se divertia com o leve chope Brahma na tulipa de 300ml, por R$4,50 cada. 



Bem próximas umas das outras, as mesas são concorridas, e vale a pena chegar cedo para experimentar as famosíssimas pataniscas de bacalhau. 

Explica-se: pataniscas se diferenciam dos onipresentes bolinhos de bacalhau por não levarem batata em sua receita. 

Por isso, elas são mais densas e firmes do que os tradicionais bolinhos. 



Pode-se dizer que as pataniscas são bolinhos de bacalhau mais rústicos, puros, sem a batata para ofuscar a presença do peixe. 



O aroma é espetacular e o recheio tem muito, mas muito bacalhau, além de pedacinhos de cebola, que potencializam o sabor e desmancham na boca. 



Bastam dois pingos de azeite extravirgem português para que a felicidade seja completa. 

Um toque de pimenta malagueta também pode ser interessante. Mas não se faz necessário. 



Não é um preparo de fácil assimilação para quem está acostumado com aqueles bolinhos de bacalhau insossos e cheios de batata na massa, que, neste caso, leva ovo, para dar a liga. 

Cada patanisca sai por R$2,30, com pedido mínimo de quatro unidades. 

Vale destacar que elas são fritas somente após o pedido do cliente. Por isso, estão sempre quentinhas. 



O Pavão Azul é frequentado por um público sênior, com idade média de 60 anos. 

E isso é o mais legal, pois não é um bar da moda ou de "azaração". 



Quem quiser se entrosar com fregueses mais jovens pode atravessar a rua em direção ao anexo do bar, carinhosamente apelidado de Pavãozinho Azul. 

Tanto lá quanto no Pavão, muitos passam, tomam um chope, comem uma patanisca ou um pastel de camarão, em pé mesmo, e vão embora.

Pastel de camarão que, aliás, não empolgou. 

Apesar de vistoso, não está no mesmo nível dos encontrados em outros botecos tradicionais do Rio, como no Bar Urca, por exemplo. Falta sabor. 

Cada unidade custa R$2.



Não vá embora do Pavão Azul sem experimentar o risoto de camarão. 

Sobre quase todas as mesas é possível observar uma travessa com a especialidade da casa, que também sai muito para viagem. 



Custa R$30, serve bem duas pessoas e é ótima pedida para o almoço. 



Na verdade, é um arroz tradicional com camarão e molho, pois não é preparado com o grão das variedades arbóreo ou carnaroli e não tem a consistência empapada característica de um risoto.



No Rio é comum chamar de risoto este tipo de preparo, pois a receita é antiga e, até alguns anos atrás, não havia no mercado nacional as variedades de arrozes citadas acima. 

Mas isso pouco importa, pois o prato é excelente. 

Preparado com arroz branco ao dente, leva um ótimo e encorpado molho com pedaços de tomates, cheiro-verde e 20 camarões médios.  



O sabor é de comida caseira, o que torna a experiência mais agradável. 



Apenas dinheiro e cartão de débito são aceitos no local, que funciona de terça a domingo, de meio-dia à meia-noite. 

O Pavão Azul foi eleito por três vezes consecutivas - de 2009 a 2011 - o melhor "pé-sujo" da cidade pelo jornal O Globo. Venceu também o prêmio da revista Veja duas vezes - em 2009 e 2013 - como o melhor boteco do Rio de Janeiro. 

E, pra completar, é patrimônio cultural carioca. 

Viva o boteco, viva o chope gelado, viva a patanisca de bacalhau, viva o risoto de camarão. Viva o Pavão Azul!



BAR PAVÃO AZUL
Rua Hilário de Gouveia, 71 - Lojas A e B - Copacabana
Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2236-2381

4 comentários:

  1. Cardápio obrigatório em visitas ao RJ: Pataniscas no Pavão Azul e pastel de siri no Caranguejo.

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  2. Rua Barata Ribeiro com Xavier da Silveira, em Copacabana.

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  3. Rua Barata Ribeiro com Xavier da Silveira, em Copacabana.

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