Nem só de cerveja e chope vive o homem. Eu já deveria saber disso. Mas só fui entender numa manhã de domingo, enquanto caminhava pela Lagoa Rodrigo de Freitas, em direção a Ipanema e ainda sentindo os efeitos da noite anterior.
Para minha sorte, na Curva do Calombo, exatamente em frente ao número 3490 da Avenida Epitácio Pessoa, está a banca do paraibano Luciano dos Santos, "cabra macho" que, entre um golpe e outro de facão, se exibe para sua clientela.
Detentor de técnica apurada, Luciano faz com que seja obrigatória uma parada em seu carrinho.
Tomar uma água de coco ali é uma experiência singular e custa R$5.
Para começar, o comprador pode escolher como quer o fruto. "Eu sei como o cliente gosta. Alguns preferem mais doce, outros pedem menos gelado e com a carne mais fina", se gaba.
Depois de escolhido, ele raspa as beiradas do coco para que ele fique com um aspecto mais atraente.
A qualidade de seu produto é sentida ao primeiro gole: muito água e doçura irresistível.
Mas o show não para por aí. No final, o cliente pode pedir para que Luciano abra o fruto e retire a "carninha" para comer com as mãos.
Natural de Itapororoca, Luciano dos Santos está há 30 anos no Rio de Janeiro, 22 deles vendendo coco, dos quais 10 neste ponto da lagoa.
O Coco do Luciano só aceita dinheiro e funciona de segunda a sexta, de 7h as 14h, e aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 19h.
Gentileza, bom-humor e conhecimento fazem com que este paraibano conversador e brincalhão tenha freguesia cativa.
Muitos dos que passam pelo local são chamados pelo primeiro nome ou pelo apelido. "Hoje eu vendo para adultos, para crianças e até para cachorros", finaliza, antes de dar a última raspadela cheia de suingue no coco e entregar os pedaços da grossa polpa para uma jovem que fazia corrida e cuidava do corpo.
O COCO DO LUCIANO
Curva do Calombo (Avenida Epitácio Pessoa, em frente ao número 3490) - Lagoa
Rio de Janeiro, RJ
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