quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"Sanduíche de pernil" (Estadão Bar & Lanches - São Paulo, SP)

Dizem que o melhor sanduíche de pernil de São Paulo é o do Estadão, bar e lanchonete clássica que funciona 24 horas por dia e que só fecha duas vezes no ano: em 1º de janeiro e em 31 de dezembro.

Dizem também que é no Estadão que surgem várias pautas que serão transformadas em notícias pelos jornalistas que frequentam o local.

Lá, qualquer um se mantém muito bem informado sobre o que acontece na capital paulista, graças aos policiais e taxistas, que são habitués do estabelecimento.

A miscelânea de tribos que convivem naquele espaço é um atrativo à parte. São funcionários da Eletropaulo e do metrô, travestis, executivos, publicitários e músicos em perfeita harmonia.

Pois bem, estando na terra da garoa me vi obrigado a vasculhar o seu centro para conhecer o lugar tão famoso, localizado no Viaduto Nove de Julho.


O Estadão tem pouco mais de 40 anos e é uma legítima lanchonete brasileira, com vários balcões espalhados pelo recinto e com paredes repletas de reportagens e recortes de prêmios que recebeu. Isso tudo sem perder o clima de boteco paulistano do lugar.


Os sanduíches de pernil são os carros chefes da casa, mas outras preparações, como o bauru (lombo suíno, queijo minas, alface, tomate e maionese; R$7,50) e o cheese carne assada (carne assada com queijo; R$6,50) também fazem sucesso.

Há também grande saída de salgados, com destaque para a curiosa coxa creme, uma coxinha preparada com a coxa do frango inteira no osso e reforçada com creme. Custa R$3.


Os números são impressionantes. Cerca de 35 peças de pernil são assadas por dia. Como cada uma delas gera 50 sanduíches, são vendidas, em média, 1750 unidades a cada 24 horas.


São seis opções de sanduíches com o corte do porco: tradicional (R$10), com queijo prato (R$14), com queijo minas (R$14,50), com provolone (R$15,50), com cheddar (R$15,50) e com queijo do reino (R$19,50).

Antes de rechear o pão francês, o pernil é cortado grosseiramente e recebe a companhia, já no balcão, do saboroso molho preparado com alho, orégano, cebola, tomate, pimentão, louro e colorau.

O sanduíche da foto abaixo é o clássico de pernil, acompanhado apenas do molho, e não precisa de mais nada.


Realmente é um ótimo sanduíche, tanto que poderia ter comido outro sem muito esforço, mas, me perdoem a arrogância, ainda não encontrei um povo que saiba preparar tão bem um pernil quanto o mineiro.

O Estadão oferece também 11 sugestões de pratos, sendo os campeões de preferência o picadinho (capa de filé ou acém, arroz, feijão e farofa), a R$9, e o pernil à brasileira (que acompanha arroz, farofa e batata frita), a R$16.

Ponto negativo para o fato de não servir cervejas em garrafas de 600ml, o que seria ótimo para a turma que gosta de confraternizar antes de comer o sanduíche de pernil mais famoso do Brasil. A opção então é a cerveja long neck, a R$4.

O local aceita cartões de débito e crédito e é ótima opção de lanche rápido para quem estiver na região central da capital paulista, além de ser um matador de fome nas madrugadas.

Ah, e se você é um irresponsável como eu, peça o especial com a pururuca do pernil sobre o sanduíche. A opção não está no cardápio e não tem custo adicional. É uma espécie de pedido que só os iniciados fazem. Assim, a felicidade baterá à sua porta. Eu garanto.



ESTADÃO BAR & LANCHES
Viaduto Nove de Julho, 193 - Centro
São Paulo (SP)
Tel: (11) 3257-7121
Estação de metrô: Anhangabaú
http://www.estadaolanches.com.br/

*Veja também: Sanduíche de pernil (Bar do Pudim - Curitiba, PR) - http://is.gd/jAyl4

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"Macarrão ensopado apimentado com frutos do mar" (Rong He - São Paulo, SP)



União entre espetáculo e sabor é o que melhor define o Rong He, restaurante chinês localizado no bairro da Liberdade, na cidade de São Paulo.

Quando vi pela primeira vez um vídeo sobre o local, me impressionei com a destreza do chef que prepara com as mãos as massas que serão utilizadas em diversas receitas oferecidas pela casa. 

No fundo do amplo salão há uma vitrine que permite ao cliente acompanhar o preparo dos pratos. Um espetáculo que já vale a visita.



Atrás de um vidro, o habilidoso artista estica e puxa a massa, enquanto abre os fios de macarrão com os dedos.

Os movimentos parecem os de um mestre de kung-fu. Por isso, o local é conhecido pela arte em fazer macarrão chinês ao vivo.





Boa parte da clientela é formada por orientais. Por isso o extenso cardápio é bilíngüe, em chinês e português.

São 139 opções entre entradas e pratos principais, além de seis sobremesas.

Os clientes que não comem carne são contemplados com 37 preparos, entre eles o tofu cozido ao molho shoyu (R$8) e o macarrão ensopado com bolinho vegetariano (R$19).

As receitas servidas são tradicionais em Shandong, uma província situada mais ao norte da República Popular da China.

Ou seja, elas fogem do trivial encontrado na maioria dos restaurantes chineses espalhados Brasil afora.

Entre as sugestões de entrada, destaque para o delicioso rolinho primavera, que custa R$2,50 cada.

Com massa crocante e sequinha, o recheio de cenoura, repolho e brotos é muito bem temperado. Acompanha molho agridoce. Nota 10.



Para acompanhar, a excelente cerveja pilsen chinesa Tsingtao (R$5 a lata) é uma boa pedida.

Seu sabor é suave e frutado. Ideal para quem não gosta do amargor da bebida.

A leveza vem de sua fórmula, que contém arroz, além de água, malte e lúpulo. O teor alcoólico é de 4,7%.

Uma das marcas mais populares da China, a Tsingtao foi patrocinadora oficial das Olimpíadas de Pequim, em 2008, e uma das dez cervejas mais vendidas no mundo em 2009, de acordo com matéria publicada na revista Superinteressante.



Para quem não se interessou, caipirinha de sakê, nas versões de morango, abacaxi, limão e kiwi (R$15), garrafa de sakê (R$50) e garrafa de pinga chinesa (R$25) são as opções alcoólicas.

Refrigerante (R$4), chá quente (R$5) e chá de ervas chinesas importado (R$5 a lata) completam a parte do cardápio reservada às bebidas.

O carro-chefe do restaurante é o chaomamian (macarrão apimentado com frutos do mar).

Ele é preparado com camarão, lula seca e mariscos. Carne suína em tirinhas também está presente na receita.

Vale ressaltar que apenas a massa dos pratos ensopados são produzidas manualmente, pelo artista do macarrão.

Elas são preparadas somente após o pedido do cliente.



O cozimento da massa é bem rápido, dura cerca de 20 segundos. Depois de pronta, ela chega à mesa em uma grande tigela, acompanhada de um pegador e de uma tesoura para cortar o macarrão, pois seus fios são longos e inteiriços.

Come-se com hashi (palitos de bambu que os orientais usam para lavar o alimento à boca) e com uma colher curta, funda e arredondada, para que todo o caldo seja aproveitado junto à massa, aos vegetais e às carnes.





Custa R$23 e serve bem de três a quatro pessoas.



Chama atenção também a feitura dos guiozas, que são preparados por um senhor chinês em concentração plena. Ele não conversa e não olha para os lados. Está ali, vivenciando aquele momento por meio de movimentos perfeitos e repetitivos. Um show à parte.



Outro prato de sucesso é o perfumado e colorido yakissoba (R$24 a porção para duas pessoas).

Para sobremesa há opções pouco convencionais para o gosto ocidental, como a abóbora recheada com doce de feijão (R$16, seis unidades).

Para quem não quiser encarar esta iguaria, boa opção é a salada de frutas (R$12 a pequena e R$20 a grande).

O restaurante não abre às segundas-feiras e funciona de terça a sexta, das 11h:30 às 15 h, e de 18h as 22h:30. Aos sábados, domingos e feriados o atendimento é de 11h:30 as 22h:30.

São Paulo é uma cidade cheia de opções para todos os gostos e bolsos. Uma das melhores é passear pelo bairro oriental da Liberdade.

Sendo assim, uma visita ao Rong He é garantia de uma bela experiência.




Clique e assista ao vídeo da apresentação de arte de macarrão


RONG HE
Rua da Glória, 622 A - Liberdade
São Paulo, SP
Tel: (11) 3275-1986
Estação de metrô: Liberdade
www.ronghe.com.br

terça-feira, 9 de novembro de 2010

"Chope Brahma + Canapés" (Bar Leo - São Paulo, SP)

"O Bar do Léo está localizado na Cracolândia, na região central de São Paulo, e serve o melhor chope do Brasil, com uma espuma tão espessa, que se você colocar um palito de madeira dentro do copo, ele ficará em pé durante um bom tempo".

Foi assim que soube da existência desta Meca da cerveja não pasteurizada, durante uma conversa com um chef de cozinha brasileiro que trabalha na Nova Zelândia. Eu acabara de conhecê-lo numa madrugada regada a cerveja e bom papo na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em junho de 2009.

Desde aquele instante, o Bar do Léo entrou na minha lista de lugares a se conhecer antes de deixar esta vida.

Passado pouco mais de um ano, estava eu caminhando pela Cracolândia, numa tarde de segunda-feira, em busca do bar, até encontrá-lo na esquina das ruas Aurora e Andradas.

A bebida é tirada com maestria por um funcionário que se dedica exclusivamente a isso, ao contrário de alguns locais em que a pessoa que estiver mais perto da chopeira é que faz o serviço. Fernando é o responsável por tirar o melhor chope do país, e foi por este talento que recebeu um diploma da Brahma que o aponta como "o rei do colarinho".


O chope Brahma é gelado na medida certa, pois chega à mesa na temperatura de 0°C. Ou seja, refresca mas não chega a anestesiar as papilas gustativas, como alguns chopes extremamente gelados que vemos por aí. Simplesmente o melhor chope que tive a oportunidade de experimentar até hoje.

São três dedos de uma densa e cremosa camada de espuma. É o colarinho dos deuses. Já o líquido é leve, gelado e tão saboroso que eu poderia passar as 12 horas seguintes sentado naquela mesma mesa tomando chope.


Todos os garçons são antigos na casa, e o atendimento foi tão solícito e gentil, que em pouco tempo João Dantas e Arani José pareciam amigos de longa data.

Brincalhão e bem-humorado, João (à esquerda do blogueiro na foto abaixo) explicou que o nome real do estabelecimento é Bar Leo, sem acento mesmo, e que em agosto último o local completou 70 anos de existência.


Sentado em uma das várias mesas da parte interna (mesinhas altas ocupam a calçada), deu para perceber que a decoração é feita por garrafas das mais variadas bebidas e por incontáveis canecas de chope, além de diplomas e matérias de jornais e revistas que exaltam o chope servido no Bar Leo, entre elas uma reportagem da revista Playboy, feita pelo jornalista David Zing, que o elegeu como um dos seis melhores bares do mundo. Honraria que nenhuma outra casa das Américas recebeu.


Até os azulejos são estilizados, com o leãozinho bebedor, símbolo do Bar Leo.


O bar oferece opções da culinária alemã, como os famosos canapés no pão preto, em quatro sabores: rosbife caseiro, linguiça defumada moída, carne crua e o de gorgonzola com salame copa. Os ingredientes ficam à vista dos clientes, e os canapés são preparado no balcão, logo após o pedido.


Existe a opção de pedir dois sabores de canapés. Sendo assim, os dois primeiros foram escolhidos para ilustrar o blog, já que são os campeões de venda.

Duas fatias de pão de forma preto se transformam rapidamente em 12 saborosos canapés, que são temperados na hora com pimenta-do-reino moída, maionese, molho inglês, vinagre balsâmico, mostarda amarela e salsinha. O toque final fica por conta de algumas grandes, macias e carnudas azeitonas pretas em conserva e com pedacinhos de cebola.


Sobre os pequenos pedaços de pão, o finíssimo e tenro rosbife e a densa porção da marcante linguiça moída defumada harmonizam com perfeição com o chope. É merecido o sucesso desta parceria. Um petisco para se comer em uma bocada e com as mãos, e que respeita o chope, a grande estrela da companhia. A porção de canapés custa R$21.


O cardápio oferece quatro tipos de sanduíches, como o tradicional polaco (rosbife caseiro, queijo prato e cebola), a R$14,50, e porções, entre elas de bolinho de bacalhau e de azeitonas pretas temperadas.

Também figuram na lista opões fixas de almoço, de segunda a sexta, com preços que variam de R$21 a R$30.

No local são aceitos cartões de crédito e de débito, mas cheques são recusados.

Funciona de segunda a sexta-feira, das 11h às 20h30, e aos sábados, de 11h as 16h, pois à noite a região se torna uma espécie de Serra Pelada repleta de moradores de rua viciados em crack.

Ah, e não se assustem com a supervisão de Abraão, o maior bebedor de chope da história do bar, representado e homenageado por uma imagem em madeira no canto do salão. Reza a lenda que ele gastou tanto dinheiro no Leo, que depois de alguns anos ganhou o direito de nunca mais pagar a conta no local.


Depois de uma experiência como esta, tomo a liberdade de levantar um brinde ao glorioso chope do Leo. Saúde!



BAR LEO
Rua Aurora, 100 - Santa Efigênia - Centro
São Paulo, SP
Tel: (11) 3221-0247
Estação de metrô: Luz
www.barleo.com.br

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"Lanche de mortadela" (Bar do Mané; Mercado Municipal Paulistano - São Paulo, SP)

Explosão de sabor! Este é o termo mais apropriado para definir o famoso sanduíche de mortadela servido no Bar do Mané, no Mercado Municipal Paulistano.

Aberto juntamente com o mercado, em 1933, o local oferece diversos tipos de sanduíches, entre eles os famosos lanches com mortadela, como dizem os paulistas.

São cinco opções: simples (R$9), quente (R$10), quente com queijo (R$11), com salada (R$11) e com salada e queijo (R$12). O acréscimo de tomate seco custa R$1.

Imagine um pão francês fresquinho que acaba de receber, diretamente da chapa, finas e incontáveis fatias de mortadela dobradas ao meio, acompanhadas de queijo muçarela. É algo espetacular.

Chapa repleta de mortadela

Para início de conversa, a mortadela servida no local é Ceratti, marca que se dedica à fabricação de frios e embutidos de primeira linha. A quantidade é tirada “a olho”, ou seja, a mortadela não é pesada. Por isso o recheio de cada sanduíche gira em torno de 300 a 350 gramas.

O sanduíche chega ao balcão em poucos minutos, e a muçarela derretida tem uma casquinha crocante que desperta o pecado da gula, e que contrasta com a maciez e o toque de pimenta-do-reino presente na mortadela.

Lanche quente de mortadela com queijo e salada

Alface e tomate não acrescentam sabor ao preparo. Os sabores do queijo e da mortadela predominam e fazem da salada um acompanhamento desnecessário.

O sucesso do Bar do Mané, hoje administrado pela terceira geração da família Loureiro, está diretamente ligado à popularidade dos sanduíches de mortadela, que têm na abundância de recheio o seu grande charme há mais de 30 anos.

Com o balcão sempre lotado, o estabelecimento ocupa a esquina mais disputada do Mercado Municipal, carinhosamente chamado de mercadão pelos paulistanos.

A movimentada esquina onde fica o Bar do Mané, no mercadão

Para acompanhar, vale fazer o "sacrifício" de pedir um chope Brahma leve e cremoso, muito bem tirado pelos funcionários, a R$4,50 cada.

Sanduíche de mortadela e chope: combinação perfeita

No cardápio constam 29 tipos de sanduíches, além dos que contêm mortadela. Destaque para o de lingüiça calabresa (R$9) e para o a moda da casa, preparado com tender, queijo, salame copa, peru, tomate e alface (R$15).

Para beliscar, há opções de salgados, que ficam na estufa à vista dos clientes. Os croquetes de bacalhau (R$4,50) e de carne (R$2,50) fazem sucesso. Cartões Mastercard e Visa são aceitos.


Os salgados ficam na estufa, à vista dos clientes

O Mercado Municipal é um dos mais imponentes cartões-postais de São Paulo e apresenta uma diversidade de cores, aromas e sabores que faz de uma visita ao local um momento para se guardar na memória.



Diversidade de produtos oferecidos em empórios e bancas de frutas

Clientes e visitantes não são cobrados para usar o banheiro, ao contrário do acontece no Mercado Central de Belo Horizonte. Ponto para o mercadão paulistano.

E um dos símbolos deste mercado é o Bar do Mané, justamente por servir o lanche de mortadela original, já que vários bares e lanchonetes do local também oferecem este clássico.

Comer um sanduíche de mortadela no Bar do Mané faz com que saibamos empiricamente o que é fartura, e realmente emociona. É uma experiência inesquecível.


Fachada do Mercado Municipal Paulistano



BAR DO MANÉ
Mercado Municipal Paulistano

Rua da Cantareira, 306 - Parque Dom Pedro II
Rua E, box 14
São Paulo, SP
Tel: (11) 3228-2141
Estação de metrô: São Bento

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

"Lasanha das putas" (É Massa "Marcelão" - Belo Horizonte, MG)

O aroma do queijo gratinado abre o apetite. Ele é crocante e chega sobre camadas de uma massa macia, um molho de tomates encorpado e uma boa porção de frango desfiado e bem temperado. Assim é a lasanha de frango com Catupiry servida no “É Massa”.



Trata-se de uma Fiorino branca que oferece suculentos pratos nas madrugadas, na altura da Avenida Afonso Pena 3355, no bairro Serra, região nobre de Belo Horizonte.



Batizado inicialmente de “Zona da Massa”, o negócio sempre foi conhecido como “Lasanha das Putas” ou “Lasanha do Marcelão”, como conta o proprietário Marcelo Guerra, que há 13 anos parou naquele local para vender suas massas de fabricação própria.

Este blogueiro deu sorte mais uma vez, pois são raras as aparições de Marcelo Guerra por ali.

Ele deixa por conta de seus funcionários as tarefas de abrir e fechar a Fiorino, que possui gavetas onde as massas são acondicionadas e um forno a gás produzido pelo próprio Marcelão, que no momento se dedica ao seu novo negócio, a Pastelaria Sion, que abriu na Rua Grão Mogol 450.



O “É Massa” funciona de segunda a sábado, a partir das 23 horas, e domingo, a partir das 19 horas. Daí em diante, carros começam a parar ao lado da cantina sobre rodas para que os passageiros possam fazer os pedidos, e pessoas começam a ocupar as mesas de madeira e as cadeiras de plástico dispostas na calçada.

Os maiores sucessos do local são as lasanhas de presunto à bolonhesa e de frango com Catupiry, a mais vendida. Ambas custam R$7,50 e chegam em marmitex de alumínio, que só vão para o forno após o pedido do cliente. São 450 gramas que valem o preço pago.

A lasanha de frango realmente é superior, mostrando que a sabedoria popular deve ser respeitada quando o assunto é baixa gastronomia. O Catupiry é usado com parcimônia e é bem misturado ao molho, o que ajuda a engrossá-lo.



No cardápio também constam seis sabores de mini-pizzas, a R$3 cada, e espaguete à bolonhesa, a R$6.

O espaguete à bolonhesa merece destaque, pois é servido de uma maneira não convencional. Ele chega em dois recipientes. Um deles, em formato retangular, vai ao forno apenas com o espaguete sob uma camada de queijo muçarela ralado. O perfumado molho chega à parte.

Entre um animado assunto e outro, Marcelão deu uma aula de música e de língua portuguesa, suas grandes paixões.

O som portátil sobre o carro tocava músicas de várias bandas de indie rock desconhecidas do grande público.

Quando o aparelho foi parar em nossa mesa, ele dançou e cantou ao som da banda croata Gustafi, que mistura tendências regionais com metais e elementos do ska.

Em relação ao português, ele mostra o cardápio. “Está vendo, muçarela se escreve com “ç”, apesar de quase todo mundo escrever mussarela”. Ok, Marcelão, essa eu já sabia, mas de qualquer forma é você quem manda.



E se você, raro leitor, leu esta matéria até o final só para descobrir o motivo do curioso apelido “lasanha das putas”, eu explico.

Aquela região da Avenida Afonso Pena é conhecida por seus vários pontos de prostituição.

Mulheres e travestis ficam ali em busca de clientes, e, naturalmente, se tornaram clientes assíduos do “É Massa”, onde podem comer algo e tomar uma cerveja (Skol ou Brahma, a R$2,50) ou um refrigerante (R$2,50) em lata, durante ou após o expediente.

O local também é muito freqüentado por jovens na volta da balada, e por pessoas que trabalham na parte da noite. Muitas, inclusive, pegam as massas para comer em casa.

Se você é de BH, se gosta da vida boêmia e se convive bem com a diversidade, não deixe de passar no Marcelão durante a madrugada. Vale a pena!


É MASSA (LASANHA DAS PUTAS)
Avenida Afonso Pena, na altura do número 3355 - Serra
Belo Horizonte, MG
Tel: (31) 9146-6888

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"Pastel de camarão" (Batista Bar - Barbacena, MG)

Este blogueiro abre a matéria pedindo desculpas ao raro leitor por ser um fotógrafo medíocre. Pois creio que as fotos abaixo não conseguirão mostrar o quanto o pastel de camarão do Batista Bar é fabuloso e suculento, se equiparando, inclusive, ao pastel do famoso Belmonte, no Rio de Janeiro.

Localizado em Barbacena e especializado em frutos do mar, o local é simples, e oferece cardápio com 20 opções de refeições e 23 de petiscos. Entre as atrações estão camarão empanado com molho tártaro (R$32 – R$21, a porção reduzida) e camarão ao alho e óleo (R$26 – R$17, a porção reduzida).

Mas é o pastel de camarão o grande sucesso da casa. De tamanho médio e com massa crocante, que lembra aqueles pastéis caseiros preparados pelas avós de muitos de nós, o recheio é composto por fartos camarões médios e carnudos, e por um creme feito pelo próprio crustáceo, cheiro verde e tomates. A unidade custa R$2,50 e vai muito bem acompanhada de um dos cinco rótulos de cerveja 600ml (entre R$2,80 e R$3,80).



Pastel de camarão

Para os que não se deixam seduzir pelo camarão, o pastel de queijo com fundo repleto de palmito sai a R$2,50 e promete agradar. A combinação dos dois ingredientes é capaz de mostrar a muitos que o mundo pode ser um lugar mais alegre e prazeroso.

Pastel de queijo com palmito

Pastéis de bacalhau (R$2,50) e de queijo (R$1,80) completam o grupo.

O sucesso do Batista, como é conhecido na cidade, é tão grande que o bar vai se mudar para a esquina de baixo, em amplo e confortável imóvel.

Funciona de terça a domingo até 1 hora da madrugada. Mas fiquem atentos, pois a cozinha só aceita pedidos até meia-noite.



BATISTA BAR (FRUTOS DO MAR)
Rua Saldanha Marinho, 26.
Barbacena, MG
Tel: (32) 3331-9433


* Veja também: Pastéis diversos (Rei do Pastel) - http://is.gd/eQa79

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"Fígado acebolado com jiló" (Bar do Pelé - Belo Horizonte, MG)

Bife de fígado acebolado com jiló no Mercado Central: eis um clássico!

Ir ao mercado e não se dar ao prazer desta experiência é mais ou menos como ir a Roma e não ver o papa, como diriam os mais tradicionais.

Todos os botecos do local preparam com muito esmero o fígado com jiló, mas o Bar do Pelé é o local que indico para quem quer desfrutar de um momento prazeroso.



Aberto em 2006, o Bar do Pelé fica na área dedicada às lojas de artesanato, e possui algumas mesas com bancos altos, além de um balcão de canto, posicionado na parede onde está afixado o cardápio da casa.


O clima é o mais descontraído possível, com brincadeiras entre os funcionários e diálogos do tipo: “Pode ficar com ela pra você, se quiseres faço até um lacinho de presente”, em referência à cozinheira do local.

Mas o mercado é isso: gente comum querendo ser feliz, comendo e bebendo bem. Que lugar maravilhoso!
Na estufa, esperando ser transformado em fartas porções, está o campeão de vendas e aclamado bife de fígado (R$13), além de pernil (R$13), lingüiça (R$13), peito de frango (R$13), chouriço (R$13) e contrafilé (R$15).
Enquanto o proprietário Pelé curtia sua folga passeando pelo mercado, o carrancudo, porém mais tarde simpático e atencioso, Luiz Cláudio Ferreira preparava com maestria a porção de fígado.

Temperado inicialmente com alho e sal, o fígado sai da estufa diretamente para a chapa quente e recebe um tempero de ervas finas e tomate seco desidratado.



Este tempero é o segredo do Bar do Pelé, o que diferencia seu miúdo bovino dos outros oferecidos no Mercado Central. Cebola e jiló são fatiados finamente e chegam à chapa no final do preparo.



Outros diferenciais do Bar do Pelé são os chopes Kaiser e Xingu, a R$3, e a cerveja Heineken 600ml, a R$4,50. Constam também no cardápio as tradicionais Brahma (R$4), Skol (R$4), Bavaria Premium (R$3,50), Kaiser (R$3,50) e Bavaria (R$3).

O Bar oferece opções diárias de almoço a R$10, com destaque para o feijão tropeiro nas quartas-feiras, para a rabada com batata às quintas e para a feijoada nas sextas. Existe também a opção fixa, com arroz, feijão, salada, macarrão ou batata frita, que varia de R$8 a R$9, de acordo com a opção de carne.

Funciona de segunda a sábado, das 9 às 18 horas, e domingo, de 9 as 13 horas. Vale ressaltar que há tolerância de uma hora, em relação a estes horários do mercado, para quem já estiver no bar.

Com 81 anos de história, o Mercado Central continua sendo a cara e o ponto de encontro dos belo-horizontinos. O único destaque negativo continua sendo a obrigatoriedade do pagamento para se usar o banheiro (R$0,50), mesmo para quem está consumindo nos bares do local. O problema não é o valor cobrado, mas o abuso que desrespeita quem mantém o mercado vivo até hoje, ou seja, os seus consumidores.




BAR DO PELÉ
Av. Augusto de Lima, 744 - Centro
Corredor K 21
Belo Horizonte, MG
Tel: (31) 9601-0263



NOTAS E ATUALIZAÇÕES DO EDITOR EM 23 DE NOVEMBRO DE 2015

*O Bar do Pelé encerrou suas atividades.