terça-feira, 13 de abril de 2010

"Pernil e charuto mineiro" (Barbazul - Belo Horizonte, MG)


Pernil é uma das comidas prediletas de várias pessoas com quem converso diariamente. Aqui em Minas, esta carne é o acompanhamento ideal de clássicos como tutu e feijão tropeiro, recheia pães de queijo e está presente também na feijoada.

Na busca pelo pernil perfeito, tive a oportunidade de comer novamente o preparado no Barbazul, tradicional boteco no bairro Funcionários onde grande parte da clientela é composta por jornalistas e profissionais liberais que trabalham na região.

As peças são servidas às terças e sextas-feiras e não duram muito tempo no balcão do bar, comandado pelo simpático José Márcio Ferreira, o Marcinho, que circula incansavelmente entre as mesas da mesma maneira que fazia nos tempos em que era garçom da Kentucky Lanches, até assumir o comando, em 1993, e batizar o estabelecimento com o nome atual.

Pernil recém saído do forno

Pois bem, a porção de pernil (R$17) chega à mesa regada com o delicioso molho preparado com o próprio caldo que a carne solta durante o tempo em que assa no forno. O segredo é a retirada dos excessos de óleo e gordura e o toque de shoyu, o que faz com que o molho não se sobreponha e complemente com perfeição o sabor do porco.

Os pedaços de carne, macios e corretamente temperados, são cortados grosseiramente, servem de três a quatro pessoas, e podem ser acompanhados de pão francês fatiado (R$1 a unidade). A meia porção sai a R$10.

O pernil do bar do Marcinho, como também é conhecido o Barbazul, faz tanto sucesso que até o cantor e compositor mineiro Beto Guedes se rende ao seu encanto ao buscar sorrindo duas porções para viagem.

Vale destacar que este nobre corte do porco pode ser encomendado com antecedência ao preço de R$28 pelo quilo depois de assado.

Porção de pernil

E por falar em tira-gosto, o Barbazul é um dos melhores da cidade neste quesito. Além das 19 opções fixas, oferece um cardápio variado de petiscos especiais a cada dia da semana. A cozinha prepara três pratos diferentes de segunda a sexta, com exceção de quarta-feira, quando as opções sobem para quatro.

É neste dia que servem língua ao molho (R$14 a porção; R$8 a meia-porção), carne de panela, preparada com maçã de peito (R$14 a porção; R$8 a meia-porção), rabada com mandioca e agrião (R$17 a porção; R$10 a meia-porção) e mexido (R$9 a porção; R$5,50 a meia-porção).

O curioso é que o dia foi apelidado de “quarta sexy” graças às carnes das três primeiras opções citadas acima. O apelido foi dado em tom de brincadeira pelo jornalista Carlos Gropen quando a redação do Estado de Minas saiu da Rua Goiás, no centro, para se instalar na Avenida Getúlio Vargas, quase em frente ao Barbazul.

Na segunda-feira, o destaque fica por conta do lagarto recheado (R$17 a porção; R$10 a meia-porção), e na quinta as atenções voltam-se ao feijão tropeiro, oferecido em três tamanhos: meia-porção (R$5,50); porção (R$9,90) e tropeirão (R$14,90).

Mas a terça-feira ainda reserva uma grande surpresa a desavisados como eu. É o charuto mineiro, que apesar de ser um coadjuvante do famoso pernil, não deixa nada a desejar a quem se dispõe a experimentá-lo.

Charuto

Preparado com arroz e muita carne moída envoltos por repolho, o charuto chegou à mesa bem quente e coberto com uma generosa quantidade de molho de tomates. O tempero estava perfeito. Tinha o frescor da hortelã, o aroma do cheiro-verde, o sabor da carne e a presença do molho em sublime harmonia. A unidade é bem farta e custa R$4,50. É um tira-gosto primoroso. Dobradinha com feijão branco (R$14 a porção; R$8 a meia-porção) é a outra opção do segundo dia útil da semana.

O cardápio da casa ainda lista PFs no almoço e no jantar, sanduíches, salgados e 15 tipos de espetinhos, entre eles o misto, composto por salsichão e muçarela, a R$4,80, e o de provolone com abacaxi, que é o mais caro deles e custa R$8.

Com mesas espalhadas pela calçada e pelo salão interno, onde existe um balcão, como todo boteco que se preze, o Barbazul tem uma das paredes decorada com mais de mil garrafas de cachaça, bebida que é uma das vedetes do cardápio, que lista 60 rótulos com preços que variam de R$1,50 a R$15 a dose.

Cachaças decoram o bar

Destilados, uísques, vinhos, drinques e cervejas completam a parte do cardápio dedicada às bebidas.

Cheques são recusados e cartões Visa e Mastercard são aceitos. Funciona de segunda a sábado, de 8 horas até a saída do último cliente.

Mas atenção, a cozinha encerra os trabalhos à meia-noite. Portanto, chegue um pouco antes da mudança de dia se quiser saborear as especialidades do local.

BARBAZUL
Av. Getúlio Vargas, 216 - Funcionários
Belo Horizonte, MG

Tel: (31) 2535-3527

http://www.barbazulbh.com.br/


* Atualmente, os preços do Barbazul são os seguintes: pernil (R$18,90 a porção; R$13 a meia-porção e R$35 o quilo para encomenda). Língua ao molho e carne de panela (R$16 a porção; R$10 a meia-porção de cada). Rabada (R$19,90 a porção; R$12 a meia-porção). Mexido (R$11 a porção; R$7 a meia-porção). Feijão tropeiro (R$7 a meia-porção; R$11,90 a porção; R$16,90 o tropeirão e R$24,90 o super tropeiro). Charuto mineiro (R$5,50 a unidade). (Preços atualizados neste blog em 22 de junho de 2011)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"Tutu à mineira com linguiça" (Panela de Minas - BR 040)


"Servimos uma comida rudimentar, simples". Assim Domingos Sávio define o Panela de Minas, restaurante de sua propriedade localizado em Correia de Almeida, distrito de Barbacena.

Funcionando em um antigo casarão, aberto e ventilado, o restaurante serve comida mineira clássica. Portanto, não procure algo muito diferente de feijão tropeiro, tutu, frango com quiabo ou ao molho pardo, porque você não irá encontrar.

Logo na entrada, queijos, goiabadas, fubá, linguiças e cachaças estão expostas e à venda.

Nos fundos do terreno fica a horta, que pode ser observada pelos janelões. É de lá que sai a deliciosa couve servida como acompanhamento dos pratos.

Para começar, é servida uma porção de crocantes torresmos por cortesia da casa. Após alguns minutos, ela se transformou em duas.

Como prato principal, tutu de feijão escoltado por arroz branco, linguiça fina, couve, ovo frito e salada de tomate e alface.

As porções chegam separadas em cumbucas e vasilhas e servem facilmente duas pessoas. Tudo isso a R$10 por cabeça.

Essa fartura abre a possibilidade para que todos da mesa experimentem os outros pedidos. Quer dizer, todo mundo fica satisfeito e não há espaço para o "olho gordo" no prato alheio.


O tutu chegou à mesa na consistência correta: nem muito batido e fino, nem uma pasta de feijão muito grossa.

Tudo sob a supervisão de Domingos, que, de bermuda e chinelos, faz questão de passar nas mesas para saber se tudo corre bem. O clima é de cozinha de fazenda.

Cordial, o próprio Domingos abre o freezer e apresenta o Guaraná Príncipe Negro, refrigerante famoso e venerado na região de Barbacena, onde é produzido.

O líquido, de coloração amarela escura, vem envasado em garrafa de cerveja de 600ml e custa R$1,50.

Mais doce que o guaraná tradicional, lembra o Guarapan (refrigerante fabricado em Belo Horizonte e que marcou época), porém um pouco menos adocicado.



Como os pratos são fartos, tive a oportunidade de experimentar o bem temperado feijão tropeiro e o correto frango ao molho pardo, iguaria que exige uma certa habilidade no preparo.

Proporcionando sabor e ambiente rurais, o Panela de Minas é freqüentado basicamente por famílias em busca de comida farta e de qualidade a preços honestos.

Para quem estiver na região, vale a pena passar uma tarde no restaurante, onde a trilha sonora fica a cargo dos passarinhos e a comida sob os cuidados de habilidosas mãos.

Fica como dica para os que voltam de carro do Rio de Janeiro. Garanto que o restante da viagem será agradabilíssimo. Basta não exagerar na "dose".

PANELA DE MINAS
Br 040 - km 720 - Correia de Almeida
Barbacena, MG

Tel.: (32) 3330-9195

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

"Frango com quiabo e angu" (Imperium Bar - Belo Horizonte, MG)

Antes de voltar das férias de final de ano que tirei aqui do blog, andava pensando em qual tema abordar, em qual prato experimentar, em o que escrever para começar 2010 com o “pé direito”.

Pois bem, refletindo sobre a grande quantidade de rodízios e self-services que encontramos em cada rua, em cada quarteirão, me entristeci ao concluir que o bom e velho PF está a cada dia mais fora de moda.

Mas, para nossa sorte, ainda há ótimas opções de restaurantes e bares que servem comida caseira e que cobram preços honestos por isso.

Foi assim que redescobri o Imperium Bar, no Mercado Distrital do Cruzeiro. Nos tempos de faculdade não abria mão do belíssimo feijão tropeiro com lombo assado, servido às quintas.

Para minha sorte, a segunda-feira é dia de frango com quiabo e angu, acompanhados de arroz, feijão e salada de alface e tomate. O prato custa R$ 6 e a comida é bem feita e simples, às vezes lembrando até a cozinha da nossa mãe.




No prato, um bom pedaço de frango dividia espaço com o quiabo, que não estava babando. Melhor assim. O tempero estava correto, e se viesse um pouco mais de comida não acharia ruim.

Terça-feira é dia de tutu à mineira com linguiça defumada, arroz, ovo cozido e couve, também a R$ 6.

Na quarta, as opções são rabada com batata cozida (R$ 7) e dobradinha à portuguesa, preparada com paio e bacon (R$ 6).

A atração das sextas e sábados é a feijoada, o mais brasileiro dos pratos, acompanhada de arroz, farofa e couve.

Como se vê, o cardápio é quase todo dedicado à culinária mineira, e o ambiente é muito agradável, com uma extensa varanda e uma bonita vista da cidade, ideal para reunir os amigos ou a família numa tarde de sábado.




Para os que não querem se esbaldar com estas opções, há o prato executivo, servido todos os dias e composto por arroz, feijão, espaguete, uma carne (que pode ser cozida ou bife de boi, porco, frango e fígado) e salada de alface e tomate a R$ 7.

No cardápio há também 14 opções de tira-gostos, servidos em meias ou porções inteiras, sanduíches, cachaças e nove rótulos de cervejas nacionais em garrafas de 600 ml, que variam de R$ 2,80 (Bavária clássica) a R$ 4 (Serra Malte, Original, Brahma Extra e Bohemia).

Vale destacar que o Imperium Bar aceita cartões Visa e vale refeição e funciona todos os dias da semana.

Naquela segunda-feira, saí de lá com a sensação de que o PF pode até estar em baixa, mas que ainda não morreu.


IMPERIUM BAR
Rua Ouro Fino, 452 - Lojas 09 e 26 (Mercado Distrital do Cruzeiro)
Belo Horizonte (Minas Gerais)
Tel: (31) 2535-8897

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Bode guisado, sarapatel e charque" (Bar do Lula - Recife, PE)

Desde criança, sempre que vejo programas de turismo chego à conclusão de que o grande barato de uma viagem é conhecer a gastronomia local. Não importa se é no seu estado, no seu país ou em um lugar muito distante.

Desde que pisei no Aeroporto de Guararapes, no Recife, há uma semana, só pensava em uma coisa: experimentar a culinária nordestina, tão pouco conhecida por aqui, devido à escassez de restaurantes típicos em Belo Horizonte.

A convite de uma amiga, fomos almoçar no Bar do Lula, antes de pegar o voo de volta à capital mineira.



Com mesas e cadeiras de plástico espalhadas por um salão interno e pela calçada, o Bar do Lula fica em uma rua tranquila, e tem uma simplicidade encantadora. Os garçons são atenciosos e pacientes, sempre dispostos a explicar cada prato do cardápio da casa.

Para proteger os clientes do forte sol que eleva a temperatura à casa dos 40 graus nesta época do ano, um grande toldo cobre as mesas da parte externa. Este conforto foi suficiente para me encher de coragem e pedir três especialidades da culinária regional: bode guisado, sarapatel e charque.

Todos os pratos do cardápio estão disponíveis em quatro tamanhos. Tem a porção intitulada de tira-gosto, e quantidades para uma, duas e três pessoas, que são acompanhadas de arroz e vinagrete, além de uma guarnição que pode ser fava, pirão e feijão preto ou mulatinho.

Fome e curiosidade foram os elementos fundamentais para pedir três porções médias acompanhadas de feijão preto, fava e pirão.

Na cozinha, que é aberta e fica à vista dos clientes, o filho do proprietário Lula, Ivan Leão, preparou o bode (R$ 26,50 para duas pessoas) com as partes dianteiras e traseiras do animal, que, de acordo com ele, são regiões de pouco osso e muita carne.




O bode guisado é preparado em um molho à base de colorau, cominho e extrato de tomate. Lembra muito uma rabada, porém o sabor é mais intenso e a carne mais firme. Empolguei-me tanto com essa experiência que até hoje conto a todos que experimentei bode, como se isso fosse algo de outro mundo. De todos, foi o meu preferido.



O charque (R$ 26 para duas pessoas) já é um conhecido nosso, e no Bar do Lula é assado com tomate, cebola, pimentão e manteiga comum, após a carne seca ser escaldada e ter o excesso de sal retirado. Delicioso!



Já o sarapatel (R$ 24 para duas pessoas) me impressionou. Talvez eu não fosse um “cabra macho” o suficiente para encarar uma iguaria desse tipo se não estivesse tão longe de casa e com a empolgação de um turista, mesmo tendo ido a trabalho para o Recife.



Digo isso porque o sarapatel é uma iguaria preparada com as vísceras do porco. Rim, traqueia, fígado, coração e pulmões são servidos em cubinhos em um espesso molho preparado com o próprio sangue do animal. Uma espécie do nosso molho pardo, porém na versão suína.

O sarapatel surpreendeu pela maciez, e a textura lembra um pouco a do popular bife de fígado. É um dos mais vendidos do local, confirmando o seu posto de prato símbolo do nordeste brasileiro.

Os acompanhamentos também têm suas peculiaridades. O feijão preto chega à mesa enriquecido com paio, linguiça e bacon, o que para nós é uma feijoada magra. O pirão é apimentado e forte como a culinária local. Já a fava não fez muito sucesso em nossa mesa, apesar de estar bem feita e de me lembrar castanha portuguesa cozida em uma versão mais humilde.

Para acompanhar tudo isso, não podia faltar farinha de mandioca, manteiga de garrafa e molho de pimenta preparado com malagueta ralada, azeite e vinagre.

Definitivamente, foi um almoço “arretado”!


BAR DO LULA
Rua Engenheiro Otávio Arantes s/nº, Box 14 - Imbiribeira
Recife, PE

Tel.: (81) 3428-6017

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"Costela de boi na brasa" (Rola Papo - Belo Horizonte, MG)

Paciência e sal grosso na medida certa. São estes os principais segredos da costela de boi na brasa servida às quintas-feiras e aos domingos no Rola Papo, simpático boteco na esquina das ruas Itapema e Montes Claros, no bairro Anchieta.

O gaúcho Dailor Voos, conhecido como Tuca pelos frenquentadores de seu bar, conta por quê a paciência é sua principal aliada nos dias de costela. “As coloco na churrasqueira ao meio-dia, daí elas ficam por cerca de seis horas em fogo brando, metade do tempo com o osso para baixo, a outra metade com o osso para cima”, explica.

A churrasqueira fica montada na calçada e as costelas são embrulhadas em papel alumínio. A possibilidade de acompanhar todo o processo é um charme extra que o “Bar do Tuca” oferece aos clientes durante várias horas nas quintas-feiras.



A costela de boi chega à mesa em pedaços distribuídos em chapa quente e acompanhados de mandioca cozida, vinagrete, farofa, rúcula e finas fatias de cebola, que se desmancham em meio à carne. Custa R$24,90 e serve quatro pessoas que queiram “beliscar” um tira-gosto.

A união da gordura com o tempo de fogo faz com que a carne derreta na boca, e a rúcula com vinagre de vinho tinto confere frescor e leveza a um corte naturalmente pesado.


Outro segredo da receita confessado por Tuca é o molho que a iguaria recebe quando vai para a chapa, poucos minutos antes de chegar aos clientes. Hortelã, salsinha, cebola, pimentão e shoyu são batidos em liquidificador e curtidos por 48 horas, não deixando, assim, que a carne resseque.


Já a mandioca recebe a companhia da manteiga de garrafa assim que colocada na chapa.




Graças a esses fatores, a costela de boi na brasa é o carro-chefe do bar, que também oferece 26 opções de tira-gostos e nove de espetinhos, além de caldos, sanduíches e grelhados.






Destaque também para o contrafilé com batatas recheadas (R$20,90) e para a deliciosa e generosa porção com quatro pedaços de provolone com abacaxi na chapa (R$12,90). A cerveja sai a R$3,80.

Aos domingos, de meio-dia às quatro da tarde, o “Bar do Tuca” oferece rodízio com seis opções de carnes e algumas guarnições, a R$16,90 por pessoa.

A casa não aceita cartões de crédito ou débito, o que, de acordo com Tuca, deve ser resolvido em breve.


Então, quando for ao Rola Papo pela primeira vez, escolha uma quinta-feira e vá com dinheiro de papel no bolso. Você não vai se arrepender.




Ah, antes que me perguntem o motivo do apelido do proprietário do bar, ele mesmo explica com uma pergunta: “Já vistes o tamanho do meu nariz, tchê?”



ROLA PAPO
Rua Montes Claros, 1112 – Anchieta

Belo Horizonte – MG


* Atualmente, o preço da porção de costela de boi na brasa é R$34,90. A porção de provolone com abacaxi na chapa sai a R$21,90. A cerveja de 600ml, Skol ou Brahma, vale R$6,55 cada. (Preços atualizados neste blog em 8 de outubro de 2013).

**O Rola Papo já aceita cartões de débito e não serve mais rodízio aos domingos (Atualização feita em 8 de outubro de 2013). 

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"Pizzas em fatia" (Pomodori - Belo Horizonte, MG)

A feitura das pizzas é acompanhada pelos clientes

Nunca consegui entender a razão de uma iguaria tão simples como a pizza custar tão caro no Brasil.

Feita de massa à base de farinha de trigo, água, fermento e sal, a cobertura deste prato tão amado em todo o mundo contém geralmente ingredientes triviais como muçarela, presunto, azeitonas, tomate, linguiça calabresa e manjericão. Daí meu espanto ao ver pizzas que custam R$40, R$50 e até R$60 em diversas casas especializadas de Belo Horizonte.

Talvez isso explique o surgimento de várias pizzarias que oferecem fatias avulsas como opções aos clientes. Nestes lugares, paga-se apenas pelo que se come e o que se gasta não fará falta no final do mês.

O sucesso da Pizzaria Pomodori é prova disso. Instalada no coração da Savassi há pouco mais de três anos, ela já foi ampliada, tem freguesia cativa e oferece sete opções diárias de pizzas em fatias ao preço de R$3,60 cada pedaço.

As delícias saem de um forno à lenha central e ficam expostas aos clientes que se permitam dar um breve prazer aos seus sentidos. A beleza do momento é entendida através das cores e dos aromas que saem do balcão onde elas se encontram.

Todo dia, seis opções salgadas e uma doce (banana com canela e leite condensado) dividem as atenções de quem passa por lá. Na ocasião em que este comilão e aprendiz de escritor visitou o estabelecimento, generosas fatias de frango com catupiry, calabresa, portuguesa, vegetariana, napolitana e estrada real (molho ao sugo, muçarela, presunto, creme de leite, champignon, alho torrado e tomate) eram oferecidas.


Pizza sabor Estrada Real

A napolitana se mostrou deliciosa. Coberta com molho ao sugo, muçarela, tomate, alho torrado, parmesão e manjericão, a pizza estava quente, borbulhando e levemente tostada, garantindo assim crocância à massa.

Comum no cardápio também e não menos saborosa, a pizza de lombo canadense com cheddar merece ser devorada.

Dentre os 36 sabores, vale experimentar alguns não tão populares, como funghi com pesto, escarola, carne seca e rústica (molho ao sugo, muçarela, peito de peru, tomate, champignon, azeitonas pretas, parmesão e orégano). Todas elas estão disponíveis nos tamanhos brotinho (R$10,90 qualquer sabor), pequeno (4 pedaços; de R$15,90 a R$26,90), médio (6 pedaços; de R$18,90 a R$30,90) e gigante (8 pedaços; de R$21,90 a R$37,90).

Para acompanhar as pizzas ou os três tipos de calzone, chope Backer a R$3,30 ou um dos 11 rótulos de vinhos presentes na carta.

A dica é não passar por lá no horário de almoço, quando as mesas ficam lotadas e o atendimento, naturalmente, cai em qualidade. Neste caso, opte pelo serviço de entrega em casa.

As mesas rústicas dão um certo charme à casa, e as pizzas substanciais e bem preparadas são os principais ingredientes que fazem da Pomodori a melhor pizzaria de Belo Horizonte ao lado da Parada do Cardoso.

E que esta simples e deliciosa iguaria continue nos sendo tão familiar. Que ela não se torne alcançável apenas aos mais abastados, pois o prazer de comer uma bela pizza ao lado de quem gostamos sempre será inenarrável.

É só isso que peço a Deus.

POMODORI
Rua Paraíba, 1356 - Savassi
Belo Horizonte, MG
Tel: (31) 3281-9299
http://www.pomodoribh.com.br/


* Atualmente, a fatia de pizza custa R$4,50. (Preço atualizado neste blog em 5 de setembro de 2010)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

"Pastéis diversos" (Rei do Pastel - Belo Horizonte, MG)




O Rei do Pastel é uma espécie de coringa para os adeptos do bom e barato ou para quem pretende tomar uma ‘saideira’ e se alimentar antes de dormir.

Com mesas dispostas na calçada de um dos pontos mais movimentos da Savassi (esquina de rua Professor Morais com avenida do Contorno), o local é conhecido pela descontração, pela cerveja gelada e pelos deliciosos pastéis fritos na hora.

São oito sabores que confundem a cabeça dos que gostam de fazer a tradicional lista dos preferidos. No meu caso, a cada semana elejo um para habitar o Monte Olimpo.

Naturalmente, carne e queijo são os que têm mais saída, mas quem for conservador, ou não tiver a curiosidade de degustar os outros, vai perder a oportunidade de experimentar o perfeito pastel de milho com creme de leite e requeijão. A cremosa mistura recebe o frescor da cebolinha verde e explode na boca, proporcionando a sensação de que, pelo menos por um instante, o mundo a sua volta está em perfeita harmonia.

Ao comer o de bacalhau, sente-se o gosto do peixe desfiado e muito bem temperado. Gosto de bacalhau! Vale experimentar também o de frango, o de palmito e o napolitano, recheado com muçarela, presunto, cebola, pimentão e tomate.





Além dos sete sabores salgados, há o de banana, que após ser frito é passado na canela. Todos a R$1 a unidade.

À exceção do sabor banana, mini-pastéis de todos os sabores podem ser pedidos para acompanhar a cerveja gelada, a R$6 a porção com 18 unidades.

O que encanta na simplicidade deste bar são os pastéis super recheados e o clima alegre, comandado pelo Maguila, a quem considero o melhor garçom da cidade, dividindo o lugar mais alto do pódio com o Valdecir, que trabalha no Bar do João, também na Savassi.

O Rei do Pastel funciona durante toda a madrugada, fecha por algum tempo para troca de turno dos funcionários e reabre pela manhã, quando o forte são os produtos da quitanda, como biscoito doce, broa de fubá e rosquinha com queijo.

Sucos, caldo de cana, vitaminas, refrescos e café estão presentes no cardápio a qualquer hora do dia, e os salgados, assados ou fritos, são fartos.





A pastelaria funciona de segunda a sábado e abriga outra unidade na esquina das ruas Fernandes Tourinho e Sergipe.

Quem estiver disposto a conhecer o Rei do Pastel vai perceber que lá, o pastel de queijo não é de vento, o de bacalhau não é de batata e o de palmito é realmente de palmito.



REI DO PASTEL
Av. do Contorno, 5680 - Funcionários
Belo Horizonte, MG
Tel: 3221-8678


* Atualmente, cada pastel custa R$1,50. (Preço atualizado neste blog em 5 de setembro de 2010)